ONE SHOTS BOOK - FOOTBALL

PIZZI

Capítulo dedicado a MarianaPereira21 !!

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"O 37 é nosso! O 37 é nosso!", gritamos já dentro do autocarro com destino ao Marquês de Pombal para festejarmos com muitos e muitos adeptos.
Há blusa, bonés, cachecóis a dizer campeões, reconquista, 37 e mais não sei quantas coisas por todo o lado.
Há adeptos por todo o lado.
O autocarro parece uma casa de malucos. Tudo a gritar, a cantar, a dançar. São muito poucos ou nenhuns os que estão sentados.
Eu não consigo parar quieto. Afinal, somos campeões!!

- Pizzi! - chamam-me para entrar nos diretos que estavam a fazer para o Instagram.
- Campeões! Campeões! - chego ao pé deles e grito. Eles acompanham-me.

O caminho até ao Marquês é feito mais lentamente por causa do trânsito e de todos os adeptos, mas não nos importamos. Até ficamos extremamente felizes de ver tantos adeptos.
Às vezes eles não fazem ideia da importância que têm para nós, mas são muito importantes. Muito mesmo. Dão-nos muita força e apoio.
A chegada ao nosso destino é a loucura.
Loucura ainda maior foi quando chegámos ao palco montado no Marquês.
Milhares e milhares de adeptos a gritar, cantar, saltar e festejar connosco. Que ambiente incrível!! É o inferno da Luz em todo o lado.
Fazemos praticamente de tudo neste palco.
Passo os meus olhos pela fila de adeptos encostados às baias que nos separam deles.
Os meus olhos fixam-se numa rapariga com um sorriso enorme e as bochechas encharcadas de lágrimas provavelmente.
Prendo-me naquela figura baixa que transborda felicidade e amor ao nosso clube.

- Vai lá, Luís Miguel. - ouço alguém bem perto do meu ouvido. André Almeida.
- Onde? - finjo que não entendi o que ele queria dizer.
- Já reparámos que estás a olhar para a rapariga à séculos. - aparece o Rafael Alexandre.
- Ok. Eu vou. - bufo.
- E não finjas que não queres. - chega o Salvio vindo sei lá de onde.

Desço as escadas do palco e ando na direção da rapariga sem a perder de vista.
Os adeptos ali perto fazem-se ouvir.
Sinto o coração acelerado. O que é que se passa comigo? O que é que eu lhe vou dizer?

- Olá! Como te chamas? - digo-lhe no meio daquele barulho. Reparo que ela fica muito espantada. A expressão dela não engana ninguém. Sinto que acabo de fazer alguém muito feliz.
- Olá! Sou a Mariana. - percebe-se o entusiasmo na voz da rapariga.
- Eu sei que vai parecer estranho, mas toma... - estico o meu braço e entrego-lhe um papel que está na minha mão e tem o meu número de telemóvel escrito. A rapariga ficou confusa, mas agarrou no pequeno papel.
- Faz o que quiseres com ele. - disse muito perto dela por causa do barulho.
- Porquê? - pergunta com um sorriso tímido.
- Tens de descobrir. - sorri-lhe, pisquei-lhe o olho e virei-me para voltar para o palco.

Durante o resto da noite ela não saiu dali e dei por mim a olhar para ela constantemente assim como ela para mim.
Os festejos duraram até às tantas da manhã.
Ninguém parecia querer sair daquele sítio. Queriamos viver aquele momento para sempre.
Também não consigo tirar o rosto daquela rapariga da minha cabeça.
Agora, já de manhã e depois de dormir, vejo que se calhar a minha abordagem pode não ter sido a melhor.
Ela pensa que eu sou louco!!
O meu telemóvel vibra em cima da mesa de cabeceira. É uma mensagem. Desbloqueio-o e vejo o que diz.

MENSAGENS ON
X: "Olá Pizzi! Eu não sei se te lembras de mim. Eu pensei muito se devia mandar-te mensagem e aqui estou eu. Não consigo perceber muito bem porque me deste o teu número, mas eu admiro-te muito mesmo.
Ass: a rapariga a quem deste o teu número ou Mariana."

Pizzi: "Olá Mariana! Eu não me ia esquecer de ti.
Desculpa se te assustei ontem.
Quando eu te vi chamaste-me a atenção, fiquei com curiosidade de te conhecer.
Pode parecer precipitado e compreendo que não queiras arriscar."

Mariana: "Eu não sei o que dizer. Um dos meus sonhos é conhecer-te. Eu quero arriscar."

Pizzi: "Oh, espero não te desiludir! Obrigado Mariana!"

Mariana: "Isso digo eu. Tenho a certeza que não vais. Eu é que tenho de agradecer. Obrigada Pizzi!"
MENSAGENS OFF

Nunca senti uma conexão assim com ninguém.
Aquele momento em que a vi mudou a minha vida.
Esse momento e estas mensagens foram só o início de uma jornada sem fim.
Depois das mensagens vieram as saídas, já o amor começava a espreitar.
Não foi preciso assim tanto tempo para admitirmos o verdadeiro sentimento que nos une.
Com o namoro veio uma proximidade e intimidade ainda maior.
Com a certeza de que a Mariana é a mulher da minha vida, pedi-a em casamento.
Nesse dia, passámos definitivamente a ser um só e mesmo que parecesse ter passado muito tempo... ainda tínhamos a eternidade para viver juntos.