ANDRÉ ALMEIDA

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Capítulo dedicado a _sleepykook !!

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Mais um dia em cheio. Mais um dia de treinos. Mais um dia em que o rosto daquela rapariga desconhecida não sai da minha cabeça. A rapariga que vi nas bancadas no jogo passado.
Os cabelos meio ondulados e compridos. Os olhos em que conseguia ver o amor pelo clube que defendo. O sorriso enorme e lindo qie fazia sobressair as bochechas naquele momentos mais rosadas.
Todo o rosto de uma beleza não extraordinária, mas que me encantou.
Acho que fiquei ainda mais curioso quando vi a parte de trás da blusa do Benfica que ela vestia. O meu nome, André Almeida, e o meu número, 34, decoravam as costas daquele ser que por algum motivo que atraiu.
Já passou uma semana desde o dia em que a vi. É bastante parvo continuar a pensar nela já que nunca a vou voltar a ver.
Ainda assim não consigo tirá-la do meu pensamento.
Acabo de chegar a casa. Jogo-me para cima do sofá.
Estou cansado, mas também não me apetece ficar em casa.
Decido ir passear. Andar um bocado.
Arrumo as coisas do treino no quarto.
Pego na carteira, nas chaves e no telemóvel e entro no meu carro.
Conduzo quase sem rumo e esse sem rumo leva-me até perto do Terreiro do Paço.
Encontro um lugar perto e ando.
Olho para tudo. Observo tudo.

Não sei há quanto tempo estou a andar. Também não tenho nada combinado.
Olhava o rio Tejo, mas volto a olhar para a frente.
Dou de caras com quem nunca pensei ver outra vez... A rapariga do estádio. Ela está parada a poucos metros de mim, talvez por não esperar encontrar-me aqui. Rapidamente reage como se toda a coragem do mundo estivesse dentro dela andando até mim. Sorri pelo momento.

- Olá... Desculpa incomodar... - toda a coragem parece ter-lhe escapado no curto caminho.
- Olá. Não incomodas. - não pensei vê-la novamente quanto mais falar com ela. Talvez ela esteja a pensar exatamente assim.
- Eu sou muito tua fã. Muito mesmo. - sorri. Ela também. O sorriso que me prendeu naquele dia. Agora posso vê-lo mais calmamente assim como os olhos, os cabelos, tudo. É uma rapariga realmente bonita.
- Obrigado!! Foste ver o jogo da semana passada? - a pergunta deixa-a confusa.
- Sim, porquê? - pergunta curiosa.
- Por mais estranho que pareça, lembro-me de te ver nas bancadas. - arregala os olhos. Solto uma gargalhada.
- Uau... - talvez não devesse ter dito aquilo.
- Como te chamas? - pergunto à rapariga que tem morado nos meus pensamentos.
- Ana Rita, mas chama-me Rita. - ela sorri. Assenti.
- Queres andar, Rita? - mais uma vez, parece admirada.
- Sim, André. - foi a uma vez de sorrir.

Voltámos a andar. Fui-lhe fazendo algumas perguntas e ela a mim. Quero conhecê-la.
A rapariga ainda me contou ou tentou explicar o seu amor pelo clube que nos une e o que sente em relação a mim.
Admito que fiquei absolutamente vidrado enquanto ela falava. Dizia que que me vê como um exemplo de lealdade e de força. Dizia que queria ser tão boa numa coisa como eu no futebol.
Dizia que sente muito orgulho cada vez que nos vê jogar.
Obviamente que isso me deixou de coração cheio.
Despedimos-nos com um abraço e já nesse momento senti que tinha o mundo nos braços. O primeiro de muitos abraços.

Começámos a trocar mensagens, a encontrar-nos várias vezes. Os sentimentos cresciam.
A Rita tornou-se o meu apoio, a minha casa.
Acabei por lhe confessar o que tinha sentido naquele dia no estádio e que o vinha a sentir a partir daí.
Os sentimentos foram correspondidos e nesse momento soube que estava perante o amor.
Decidi pedi-la em namoro. A Rita aceitou e a nossa caminhada juntos começou. Uma longa caminhada onde caminhamos sempre lado a lado e unimos pela confiança, pela paixão, pela admiração, pelo amor.

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