ONE SHOTS BOOK - FOOTBALL

DIOGO LEITE

Capítulo dedicado a wpalhinha!!

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Campeões, campeões, nós somos campeões!
O Porto é campeão!
É difícil descrever o sentimento. Só me apetece gritar e saltar.
A Avenida dos Aliados está ao rubro. Estão muitas pessoas aqui e esse número continua a aumentar.
O jogo terminou agora e mesmo assim nenhum adepto deixa o seu lugar porque todos querem ver os jogadores e festejar com eles, incluindo eu.
Não queria deixar o meu lugar por nada. Sabia que ficaria sem ele se o fizesse, mas surge um problema. Um problema incontrolável. Vontade de ir à casa de banho.
Mas porquê? Porquê agora? Lá vou eu ter de andar aos encontrões e esperar uma eternidade num café para poder ir à casa de banho porque eu não consigo aguentar.
Começo a batalha que vai ser passar por tantas pessoas.
Encontrões, pés pisados e alívio quando finalmente consigo sair da multidão e entrar num café que, ainda assim, não está propriamente vazio.
Por incrível que pareça a casa de banho das senhoras estava desocupada e eu preparo-me para abrir mais a porta para conseguir entrar. Quando estou prestes a fazê-lo vem um gajo desnorteado que quase entra na casa de banho feminina.

- Oh, moço!! - chamo o rapaz que parece ter mais ou menos a minha idade e impeço-o de entrar naquela divisão que não estava destinada a pessoas do sexo masculino.
- O que é? - ele vira-se de forma brusca e consigo reconhecê-lo.
- Diogo Leite? - a minha expressão normal, neutra muda rapidamente para uma espantada, admirada.
- Desconhecida? - ri-me da forma como ele falou e o próprio acabou por fazer o mesmo.
- Sou fã, mas ias entrar na casa de banho das senhoras. - sorri-lhe e ouço-o soltar mais uma gargalhada.
- Obrigado. - o jogador da equipa B do meu clube de coração retribui o sorriso e entra na casa de banho masculina.

Acabo por entrar também na divisão das senhoras, até me esqueci que tenho vontade quase.
Ora que forma estranha de conhecer uma pessoa. Olha que pessoa também... Diogo Leite.
Quem olha para mim diz que eu estou absolutamente normal, mas só eu sei.
O coração acelerado e as mãos a tremer ligeiramente.
Um dia comecei a ver um jogo da equipa B porque não tinha mais nada para fazer.
Quando aquele rapaz que mais me parece um anjo apareceu no ecrã deu-se um click em mim. Eu raramente perdi mais algum jogo da equipa B a partir desse momento.
Então, pode-se imaginar o meu estado.
Fiz as minhas necessidades e, depois de lavar as mãos, deixei aquela divisão.
Ao sair, sinto o meu corpo bater em alguém. Viro o meu rosto que estava voltado para a porta e encontro outro rosto muito perto do meu.
Se o meu coração estava acelerado, agora está prestes a saltar do meu peito.
Primeiro, conheci o Diogo Leite.
Segundo, a minha cara está a poucos, muito poucos centímetros da cara do Diogo Leite.

- Então, portista? - o jogador tenta suavizar a tensão que se sente entre nós.
- Claro! - respondo ao rapaz de 19 anos.
- Como te chamas? - sinto a sua mão nas minhas costas. Cresce um calor em mim.
- Patrícia. - caminhamos em direção à multidão que fica cada vez maior.
- Patrícia... acho que nos vamos dar muito bem. - ele sussurra ao meu ouvido. Arrepio-me. Olho-o mostrando também o meu sorriso.
- Concordo, Diogo. - ele retribui o sorriso.

Os dois entramos na multidão para festejar com os nossos jogadores e com o nosso clube. Milhares de pessoas gritam, saltam, tiram fotografias. Há pessoas sozinhas, acompanhadas por família, amigos, caras-metade.
No início desta tarde eu tava aqui sozinha. Agora estou acompanhada pela minha (possível e provável) cara-metade.
A partir desse momento nunca mais nunca perdi aquele anjo de vista, assim como ele não me perdeu a mim. Aquela ida à casa de banho foi só o início.
Haverá melhor dia? Hmmm, o do nosso casamento? Provavelmente!!