Capítulo 12

449 28 11
                                    

Alguém pode, por favor, me dizer onde eu errei? Ou melhor, nem diga. Estou nervoso demais para ouvir o que quer que seja. Pela manhã é tudo pior, nos dias que se seguem. Ele chega de carro, junto com Suárez, e fica aquele silêncio sepulcral durante toda a viagem. Todos os dias isso.

Todos os fucking dias, por uma semana.

Até que eu tenho coragem, veja só você, e vou lá falar com ele. Estamos no vestiário, depois de um treino especialmente longo, e ele se apressa como um condenado para não ficar por último sozinho ali comigo.

Acaba ficando.

- Couto, acho que a gente precisa falar.

- Sobre o quê? - Ele pergunta e eu quase rio. Um enorme elefante branco entre nós dois, e ele tem a cara de perguntar "sobre o quê?".

- Sobre o que aconteceu naquele sábado.

Eu devo ter faltado na aula sobre como usar as palavras. Couto me encara como se eu tivesse dito algo em algum idioma alienígena.

- Do que você está falando?

- Qual é, Couto. Você sabe. Pelo amor de Deus... Vamos ser honestos aqui.

- Eu não sei do que você está falando.

Eu enlouqueci, foi isso? Imaginei aquelas coisas todas? Não consigo entender o motivo de ele estar agindo assim comigo. Não entendo seu jogo.

Me aproximo dele ainda mais, chego a sentir sua respiração contra os meus lábios. O encaro de perto e isso é o máximo que eu consigo sem novamente beijá-lo, que é o que eu gostaria de fazer.

- Messi, você sabe do respeito e da admiração que eu tenho por você...

Já estou com raiva dessa conversinha dele. Foi ela que nos trouxe até aqui, afinal, sem nos levar a lugar algum. Gostaria de poder ir ao fundo do que Couto realmente sente, mas seu coração parece inescrutável.

Pode ser que ele esteja apenas bravo comigo. Pode ser que não me queira mais. Pode ser que nunca tenha gostado de mim, para começo de conversa.

Nenhuma opção é boa. Estamos em um beco sem saída.

- Eu sei. E de que vale o seu apreço? O que ele significa? - Eu digo, minhas mãos já sob o calção dele, por que eu realmente não tenho como evitar. Veja, eu aguentei até demais.

Mas ele não oferece resistência. Quem sabe seja esse tipo de pessoa, que provoca e deixa tudo nas suas mãos, para depois dizer que a culpa foi sua. Não me importa, agora. Acaricio ele por cima do calção mesmo, sentindo ele endurecer na minha mão. Nossos rostos não se tocam mais. Ele me encara, mas não faz nada para me parar.

Não o beijo. Não procuro enchê-lo de carinho ou cuidados, como sonhei fazer nessa última semana. Pelo contrário, mantenho o rosto longe do dele. E faço um simples pedido.

- Tira a camisa?

Ele tira. Não é incrível? Tão fácil, mesmo ele bancando o difícil. Ainda com a mão nele, desço aos poucos pelo seu abdômen. Mesmo ali não o beijo, apenas percorro aquele caminho com os lábios colados em sua pele, mas não beijo. Ele se permite um gesto ativo, e coloca a mão no topo da minha cabeça enquanto eu desço, abaixo o calção dele, e coloco seu pau na minha boca.

Existe jeito mais claro de demonstrar o que sinto do que isso? Estou de joelhos diante dele, totalmente entregue. Com os dedos embrenhados nos meus cabelos, ele força o quadril contra a minha boca, me fazendo engolir mais fundo. Seu cheiro e seu gosto são tão fortes quanto são bons, cuido para que esse momento seja vivido com mais cuidado do que aquele, que se desfez tão rápido.

Tento não pensar no fato de que alguém pode entrar e nos pegar no flagra a qualquer momento. Coutinho mesmo, eu tenho certeza, não está pensando nisso, posto que se força contra mim sem o menor pudor. Aproveito isso, se é o que queremos. Minhas mãos se cravam em seu quadril, meus dedos escorrem por trás da sua bunda, vou até o fundo e volto. Ele arfa, geme, pede mais. Ainda estou de joelhos, Couto lentamente vai escorregando, as costas contra o armário do vestiário e o seu pau todo na minha boca.

- Olha pra mim - Ele ordena.

Clássico. Eu olho. Ele geme mais forte e mete mais fundo na minha boca. Para quem não sabia do que eu estava falando, até que ele improvisa bem. Sinto seu gozo vindo, não deixo que me suje. Ele termina com a própria mão, se tocando e me encarando, quieto, no mais completo abandono. É uma visão bonita, daqui de baixo. Abro uma concessão mínima, beijo seu quadril, calidamente. E ele goza.

Não dou tempo para processarmos isso. Me levanto, o viro de costas para mim, de frente para o armário. Agora ele está completamente nu, a camisa no chão e o calção pelas canelas. Forço meu quadril contra o dele, para que ele sinta como eu estou. Mordo os ombros dele, não digo nada, apenas mordo, até perceber que estou machucando.

Ele abre a boca para falar algo, minhas mãos novamente o procuram. Ele já está duro de novo para mim. Me deixo ficar ali por alguns instantes, sentindo-o em minha mão. Beijo seu ombro por cima das marcas de mordidas, que já começam a ficar vermelhas. Ele se deixa levar por esse enleio, pende a cabeça para trás e encosta o rosto no meu. Suspira.

- Você gosta de mim? - Pergunto em um sussurro, com medo da resposta.

- Sim - Ele responde com simplicidade.

- Então, me avise quando você tiver coragem de verdade.

Eu digo, para então me afastar, antes que eu perca o controle de vez. Saio do vestiário abruptamente, tropeçando nas pernas.

Morrendo de raiva dele e de mim, mas principalmente dele.

Mais Que Uma Paixão | LIVRO 02 | Messi & CoutinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora