A/N: aaaa muito feliz que vocês parecem ter gostado do último capítulo, masssss a felicidade dura pouco e já vai começar a treta. espero que gostem desse também. 😘😘
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.Meredith’s POV
É cedo e eu estaciono o Jeep na minha vaga de costume no estacionamento do Seattle Grace. Acho que ser a interna e ter que ser uma das primeiras a chegar para o plantão da manhã tem suas vantagens. Eu geralmente consigo estacionar no lugar perfeito: não muito longe da entrada, mas não muito perto também.
Hospitais são lugares engraçados e umas coisas esquisitas acontecem o tempo todo. Outro dia mesmo um cara atirou em sua própria perna e dirigiu até o hospital sozinho e, por conta de sua lesão, ele dirigia feito um louco. O homem bateu em três carros que estavam no estacionamento até chegar perto o suficiente da porta. Então, sim, eu prefiro estacionar um pouco mais longe na esperança de salvar meu precioso Jeep.
Eu saio do carro às pressas para conseguir colocar meu uniforme e comer algo antes de começar as minhas rondas. Exatamente na hora em que piso no asfalto, eu posso ver o cabelo ruivo que já sei muito bem a quem pertence. Addison Montgomery estacionou a dois carros do meu. Ela desce e eu posso ver que está vestida em suas roupas chiques e salto alto, como de costume. Eu não sei como ela consegue passar horas e horas naqueles sapatos e nem parecer que está cansada.
– Bom dia, Adds. – Eu a cumprimento e ela vira para me olhar. Addison parecia concentrada em algo dentro do carro e ainda não tinha me visto.
– Bom dia, Mer. – A obstetra me cumprimenta. – Você está chegando ou saindo? – Ela pergunta.
– Chegando. E correndo, na verdade. Tenho que me apressar se quiser comer alguma coisa antes da ronda. Te vejo mais tarde. – Ela acena com a cabeça e se volta novamente para dentro do carro, provavelmente juntando tudo que precisa levar para dentro.
Eu cheguei ao hospital com alguns minutos de sobra, antes do meu plantão de 24 horas. Corri para a área de internos para deixar minhas coisas e me trocar. Cristina está atrás de mim com cara de impaciente, querendo falar algo.
– Então agora você é mesmo amiga da Satã? – Ela diz com as mãos na cintura, com aquela atitude de mandona que ela geralmente tem. Ela provavelmente ficou sabendo pela Izzie que nós saímos mais algumas vezes depois da nossa conversa.
– Claro que não. Ela não é minha amiga. Só porque nós não queremos nos matar o dia inteiro, não quer dizer que somos amigas. – Eu respondo fingindo desinteresse.
– Você tem passado muito tempo com ela e outro dia vocês estavam bebendo juntas no Joe’s. O que isso faz de vocês, então? – Ela insiste.
– Pelo amor de deus, Cristina, eu não sou amiga da Addison! Eu não quero ser amiga dela. Eu tolero ela apenas para trabalharmos juntas sem brigar o tempo todo e é isso! – Eu estou sem paciência agora. Onde ela quer chegar? Eu não devo explicações sobre com quem eu passo meu tempo. Ela deve estar com ciúmes porque é minha melhor amiga, mas são 5h30 da manhã e eu ainda não bebi meu café, então não estou a fim de me explicar para ninguém.
Eu percebo que Cristina está olhando sobre meus ombros e, por um momento, vejo que a morena ficou tensa e eu não acredito que isso está acontecendo. Parece que eu estou em um filme, com a diferença de que isso não tem nenhuma graça quando acontece com você. Eu olho para Cristina e eu apenas sei. Ela está atrás de mim.
Eu viro e vejo ninguém menos que a Dra. Addison Montgomery parecendo um cachorrinho que acabou de ser abandonado na rua. Seu olhar está repleto de surpresa e não de um jeito bom.
Eu espero qualquer coisa, talvez um comentário sarcástico ou um fora gigantesco, mas ela age totalmente profissional, como se nem tivesse ouvido o que eu havia falado sobre ela. – A paciente no quarto 1443 vai para cirurgia agora e eu preciso que você entre comigo, já que ela é sua paciente também. – Ela diz e vai embora.
Eu congelo por uns segundos e então quase corro para alcançá-la. Eu percebi que, quando ela virou, tinha algo em suas mãos. Olho a tempo de vê-la fechar a lixeira com força, o que indica que ela certamente ouviu o que eu disse e provavelmente está morrendo de raiva de mim e descontando sua raiva em objetos inanimados que não têm culpa nenhuma da minha estupidez.
Eu sou curiosa e não consigo evitar, então eu afrouxo meus passos até que ela vire no corredor. Lentamente, vou até a lixeira que ela acabou de deixar para trás e abro para ver o que a ruiva havia jogado lá dentro.
E eu não posso acreditar que vejo um copo de isopor provavelmente cheio de café perfeitamente quentinho e gostoso e um cupcake com uma velinha em cima, embrulhado em uma capinha com “happy birthday” escrito por todo o material.
Ela me comprou um cupcake de aniversário. Addison Montgomery acabou de fazer algo que poderia ser descrito como fofo. Ela me trouxe café e cupcake no meu aniversário e, de agradecimento, recebeu um discurso sobre como eu apenas a tolero. Ela vai acabar comigo por isso. Eu tenho certeza.
Você imaginaria que a Cristina lembraria do meu aniversário, certo? Ou talvez a Izzie, que é viciada em fazer bolos e a louca das festas? Ou George, que claramente tem a maior queda por mim?
Não, claro que quem lembraria seria Addison Montgomery.
Há algumas semanas, no dia que fomos ao The Room, nós estávamos conversando e eu mencionei que não sou muito fã de festa tradicional, mas que fico feliz quando meus amigos mais próximos se lembram do dia do meu aniversário. E então ela se lembrou. Ela se lembrou do meu aniversário e me trouxe café da manhã. Em troca, ela teve que ouvir eu gritando que eu a tolero e apenas isso.
E agora eu sinto no fundo do meu coração a culpa mais esmagadora que já senti na vida.
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Holding on to you {meddison}
FanfictionE se, por algum motivo, Addison Montgomery e Meredith Grey virassem amigas? E se virassem mais que amigas? Depois de um momento traumático que só as duas podiam entender, Addison e Meredith veem na companhia uma da outra um refúgio que se transforma...