Capítulo 15

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A/N: suas lindas, não me matem pelo sumiço. feriadão passou e eu não consegui parar pra escrever. muito álcool e tretas envolvidos.
Vou tentar postar outro ainda hoje pra compensar o sumiço!

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Addison's POV

- Eu preciso de conselho. Agora! - A coitada da Callie estava prestes a dar uma garfada em sua salada quando eu puxei seu braço desesperada.

- Meu deus, Montgomery! - A morena me acompanha pelos corredores, mas não sem antes pegar sua marmita. - Onde é o incêndio?

- Na minha cabeça, isso sim - Chegamos finalmente à região externa do hospital, onde não há muito movimento e podemos falar à vontade. - Senta aí.

- Como é mandona... - Callie murmura baixo e senta no banco de madeira.

- Eu tentei sair com alguém ontem e foi horrível - Desabafo.

- E daí? Isso é normal. Parte pro próximo - Ela ainda não entendeu a dimensão da merda em que eu me meti.

- Eu já fiz isso antes e tava achando que era porque eu ainda sentia algo pelo Derek - Começo a gesticular, nervosa. - Mas acho que eu tô gostando de outra pessoa, Callie. Eu tô tão fodida!

- De quem? Eu conheço? - Eu finalmente tenho 100% de sua atenção. Óbvio que ela ia querer saber de quem eu tô falando.

- Conhece, mas a pessoa não quer que conte pra ninguém - Ela só me encara por alguns segundos.

- Que palhaçada. Por que não? - Callie sempre muito direta.

- Porque não é nada sério. E a pessoa não quer nada sério - Minha voz sai trêmula, perdida e Callie percebe na hora.

- Mas você quer, certo? - Eu aceno com a cabeça. - Então por que não fala isso?

- Já falei, mas não vai rolar - Eu sento ao lado de Callie no banco, me sentindo derrotada.

- Ah Addie... - Ela não precisa nem completar a frase pra eu saber o que se passa em sua cabeça. Nada é mais claro nesse momento que três simples palavras: vai dar merda!


Eu sou uma cirurgiã famosa nos EUA e no mundo, fui casada durante uma década, já vivi tudo que se pode imaginar, mas tô aqui sofrendo por uma interna. Uma interna linda, com a risada mais gostosa desse mundo, mas ainda assim uma interna. Eu sou patética.

Eu tento parecer alegre nos próximos dias, mas algo dentro de mim não deixa. Algo me diz que essa coisa que eu tenho com Meredith é uma bomba relógio prestes a explodir.

Até na hora do sexo eu fico cheia de paranóia. Não deixo de curtir ou de gozar, é claro, mas não paro de pensar que é só pra isso que ela me quer, o que faz eu me sentir um lixo.

Ela percebe que eu tenho estado pra baixo nesses últimos dias, mas acho que ela sabe o motivo e escolheu não tocar no assunto. Não sei quem é mais covarde, eu ou ela. Provavelmente eu.

E o pior de tudo é que eu não acho que ela faz eu me sentir assim por mal. Ela só não quer. Como você vai fazer uma pessoa querer algo que ela não quer? E eu sou esse algo.

- Addison? Hey? Em que órbita você tá? - Quando dou por mim, Meredith está estalando os dedos próximo do meu rosto, tentando chamar minha atenção.

- Eu... Humm... Tava só pensando - Volto a comer meu waffle. Estávamos tomando café da manhã numa lanchonete fofa perto do hotel.

- Em que? - Ela pergunta com um sorriso safado.

- Nada importante - Acho que é o sorriso que ela lança em minha direção que acaba comigo e, naquele momento, eu começo a sentir como se tivesse sufocando.

Aquela mulher que eu tanto queria, aquele sorriso sendo direcionado a mim... Tudo que eu queria estava tão próximo de mim, mas ao mesmo tempo tão distante e a minha única vontade era correr e sumir.

Como que por um sinal divino, meu celular toca. Ufa! Vou ter uma desculpa para levantar e sair de perto dela por alguns minutos pelo menos.

Pego o aparelho que estava em cima da mesa e vejo que é um número desconhecido. Levanto da mesa dizendo que vou atender e já volto e quase que corro até a porta do local.

Meredith's POV

Eu podia ver no olhar de Addison que algo estava errado e eu sabia o motivo. E ela sabia que eu sabia. Mas algo em mim não me deixava confrontá-la ou simplesmente perguntar o que havia de errado. Eu tinha medo da resposta.

Eu sei que fui eu que disse que não queria um relacionamento sério, mas isso não quer dizer que eu não amo cada segundo com a minha ruiva. Ela me faz bem, se importa comigo de verdade, sem contar que a demônia me dá os melhores orgasmos que eu poderia desejar.

Depois de muito chamar seu nome, ela parece sair do transe em que estava em pleno café da manhã. Mas, apesar de dizer que estava tudo bem, eu quase posso ler seus pensamentos de tão expressiva que ela é.

Antes que eu possa fazer qualquer outra pergunta, ela levanta para atender o telefone do lado de fora.

Após alguns minutos de conversa, Addison volta à mesa parecendo mais perdida do que quando saiu e eu tento puxar conversa. Recebeu alguma notícia boa? Ruim? Mas ela me lança um sorriso tão falso que eu tenho vontade de voar no seu pescoço.

Enquanto ela falava ao telefone, pude ver sua expressão ir de confusa a surpresa a feliz e de volta a confusa novamente. Ou ela realmente é muito expressiva ou eu já a conheço tão bem que posso decifrar cada sentimento seu, o que aparentemente não é o suficiente para aquietar meu completo pavor de compromisso. Eu sei que ela gosta de mim como mais do que uma foda amiga, mas não consigo reunir forças pra encarar esse meu medo.

Porque é isso que eu tenho, vamos admitir. Não tem nenhum outro motivo real que justifique essa minha incapacidade de assumir esse relacionamento. Ela é perfeita, pra mim e pra qualquer pessoa, então só resta um entrave: eu com meu medo. E eu sei que tenho, mas não consigo mudar.

Pelo visto, só o que me resta a fazer é esperar até ela cansar de mim ou até encontrar alguém que a valorize do jeito que ela merece.

Mal sabia eu que isso estava mais perto de acontecer do que eu imaginava...

Holding on to you {meddison}Onde histórias criam vida. Descubra agora