Capítulo 4

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Meredith's POV

A conversa na praça continuou por horas, até a tequila acabar e nós percebermos que estávamos tão bêbadas que não tínhamos condições de voltar para casa dirigindo.

Nos próximos dias, havíamos desenvolvido uma quase–amizade que certamente seria estranha aos olhos dos nossos colegas de trabalho, se eles houvessem percebido. No dia seguinte ao nosso porre de tequila, comprei o café para mim e Addison no carrinho que ficava no hospital e ela só faltou ajoelhar–se aos meus pés de tão feliz por ter visto um copo de café quentinho esperando por ela. Mais tarde, entendi o motivo: ela havia se atrasado por causa da ressaca e ainda não tinha tido tempo para tomar uma gota do líquido dos deuses.

No dia seguinte, ela é quem estava prontamente me esperando com dois cafés na mão, um para cada. E aí começou a nossa pequena tradição trazer café uma para a outra sempre que podíamos ou lembrávamos ou não estávamos correndo igual duas loucas para chegar no trabalho na hora certa.

Nos pequenos intervalos entre um paciente e outro, costumávamos parar e conversar sobre coisas aleatórias, nada muito pessoal, mas ainda assim amigável. E eu nunca imaginaria que chegaríamos a esse nível.

– Ei, Montgomery! – Eu disse em tom animado, chamando a atenção da ruiva que estava apoiada no balcão anotando algo em um prontuário.

– Em que que posso ajudar, Grey? – Ela vira para mim, se apoiando no balcão e lançando um sorriso em minha direção.

– Preciso de ajuda com a sua especialidade. – Falo.

– Manda. Quem é a paciente? – Ela responde curiosa.

– Não essa especialidade. – Eu me sinto um pouco infantil de pedir isso, mas o que posso fazer?

– Eu tenho outra especialidade? Por favor me fale qual é para eu começar a ganhar dinheiro com isso também. – Montgomery ri.

– Você se veste bem e tem cara de rica. – Eu aponto para sua roupa.

– E você achou que hoje seria um bom dia para elogiar meu guarda–roupa e minha conta bancária por quê? – Ela olha desconfiada, com um sorriso malicioso.

– Tenho uma festa de casamento para ir e preciso de conselho de alguém que usa Chanel e Louboutin, ou seja, você. – Ela solta uma risada alta. – Eu estou falando sério, Addison!

– O que você quer de mim, Grey? – Addison mantém aquele sorriso e eu tenho vontade de gritar. Eu odeio pedir coisas pros outros, ainda mais para Addison e ter que aguentar esse sorriso esnobe.

– É um casamento cheio de frescura, da alta sociedade. – Eu reviro os olhos. – Uma colega da época do ensino médio está se casando e exigiu minha presença.

– E você precisa de mim para ajudar a escolher uma roupa? – Ela fala animada, igual aquelas patricinhas de filme de Hollywood.

– Isso também. – Eu exalo pesadamente, mostrando minha vontade inexistente de participar desse tipo de evento.

– Também? – Ela pergunta.

– Eu preciso que você me ensine a como me comportar nesses lugares. – Eu falo nervosa. – Minha mãe participava desses jantares o tempo todo, mas sempre fugia. Odeio esse mundo de gente rica e metida.

– E você veio pedir ajuda a mim, porque pertenço a esse mundo de gente rica e metida? – Addison questiona, levantando uma sobrancelha.

– Sim. NÃO! – Eu me atrapalho toda. – Não estou dizendo que você é rica e metida, mas você sabe interpretar o papel muito bem.

Holding on to you {meddison}Onde histórias criam vida. Descubra agora