Capítulo V

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Nunca confiei em ninguém, porém, dessa vez, tinha a certeza de que não podia fazer algo sozinha. Mas tinha medo de ver a reação de Catherine e Geoffrey, então fui em busca de Colin, gêmeo de Amelia.

Subi pela árvore que dava para a janela do quarto dele. Para a minha sorte, ele havia esquecido a janela aberta de novo, então entrei. Ele estava dormindo, como esperado, mas precisava acordá-lo.

— Colin! — o sacudi — Colin, acorde.

— O quê? Rose? — ele pareceu surpreso ao me ver. Era como Amelia, de pele sardenta, olhos azuis e cabelos de fogo. — Por onde andou dessa vez? Mamãe e papai estão loucos à sua procura! Onde está Amelia?

— É sobre isso que eu preciso falar com você. Ontem, eu e Amelia fomos até a floresta, e...

— Ontem?

— Sim, ontem.

— Mas mamãe e papai estão as procurando há semanas.

Mal tive tempo para ficar horrorizada com aquilo, mas fiquei. Estava certa de que havia se passado apenas uma noite, quando na verdade foram semanas.

— Veja, Colin... Amelia está com problemas. Ela me convenceu a levá-la para a floresta com ela, e... — tive de pensar rápido. Não podia dizer o que realmente aconteceu, já que me considerariam louca ou me queimariam como bruxa — Nos perdemos uma da outra.

— Papai e mamãe já sabem?

— Não, e nem podem saber. Preciso de sua ajuda.

— Não posso ajudá-la. Precisa contar aos nossos pais.

Não devia ter contado a ele.

— Não, por favor, não conte para eles! — implorei.

— Eles precisam saber, Rose. Pode confiar neles, são nossos pais!

— Mas... — eu estava sem argumentos.

Talvez ele estivesse certo... Talvez pudesse confiar em Catherine e Geoffrey.

Então ele se levantou e nós dois fomos até o quarto de nossos pais.

Não precisamos acordá-los, pois ambos já estavam despertos. Provavelmente não conseguiram dormir devido a preocupação.

— Rose! — Catherine pulou da cama e me abraçou, e fiquei com receio de retribuir, porque não estava acostumada com grandes demonstrações de afeto vindos dela — Onde está Amelia?

Geoffrey também estava acordado, e nos olhava com o mesmo ar de preocupação.

— Ela... Está na floresta.

— Como?

— Bem... É isso mesmo que vocês ouviram. A verdade é que nós nos perdemos uma da outra.

— E o que vocês faziam na floresta?

— Eu ia para a floresta como sempre fazia, mas dessa vez ela insistiu em ir comigo. E acabamos nos perdendo uma da outra.

Foi quando eu vi fúria no olhar de Catherine.

— Como deixou isso acontecer?

— Eu fiz tudo o que podia.

— Vamos mandar grupos de busca atrás dela agora! – disse Catherine para Geoffrey, que em seguida se virou para mim – E você, não sairá de casa tão cedo.

Não posso imaginar o que ela faria para me impedir. Porém, eu não queria deixar a vida deles ainda mais difícil, então ficaria em casa até decidir o que fazer.

Dançando no ArOnde histórias criam vida. Descubra agora