- Sejam bem vindos ao vale dos unicórnios. – disse Keelan, mas eu mal dei atenção, pois estava extasiada com a minha visão.
Parecia um cenário de contos de fadas – o que, na verdade, era -. Um suntuoso jardim cheio de borboletas e várias famílias de unicórnios e um riacho correndo ao fundo.
- Esses cavalos... – eu comecei a falar, mas Keelan me interrompeu.
- Cavalos com chifres. São unicórnios.
- Eu sei o que são!
- Sabe, mas nunca viu um. E aposto um beijo como não sabe a utilidade que eles têm.
- Vá para o inferno! Diga logo qual a sua utilidade.
- Sangue de unicórnio prolonga a vida e foi usado em tempos mais antigos para fazer diversas poções rejuvenescedoras por vocês, humanos, Filhos de Danna.
- Não vou matar um unicórnio, Keelan, se é isso que você quer fazer. E também não permitirei que o faça.
- Não precisamos matá-los. Só um pouquinho de sangue de cada um já é o bastante.
- Isso não é certo. Aposto que os Iluminados não fazem isso.
- Bem, você não está lidando com um iluminado agora, está?
- Para que você precisa de sangue de unicórnio, afinal?
- Vamos precisar. Esse é um mundo perigoso, e o sangue de unicórnio não só rejuvenesce como também ressuscita e tem poderes curativos. Para onde iremos, vamos precisar.
- Não vou deixar ferir nenhum unicórnio. Arranje outra maneira. Aposto que o que não falta em seu mundo são coisas com propriedades curativas.
- Claro, como sempre quer fazer as coisas do jeito mais difícil. De qualquer maneira, vamos precisar montar num unicórnio para chegar ao lago de lágrimas.
- O que é esse lago de lágrimas?
- Mais perguntas... – ele resmungou – É um lago composto por lágrimas de sereias. Ele tem poderes curativos. Não é nenhum sangue de unicórnio, mas serve.
- E por que não teve essa ideia antes?
- Por que nesse lago, tem sereias.
- E qual o problema?
- Sereias são algumas das criaturas mais traiçoeiras de nosso mundo.
- Não acredito em você.
- Não precisa acreditar no que eu digo. Deixarei que veja você mesma.
Eu e Colin montamos num unicórnio, e Keelan foi à frente montado em outro. Se eu achava que o vale dos unicórnios parecia ser o fim do mundo, isso é por que ainda não havia tentado chegar ao lago de lágrimas.
- Sabe, o tempo que gastamos indo atrás de unicórnios e sereias, poderíamos usar para resgatar minha irmã. – eu disse, sem esconder o mau humor.
- Vai me agradecer por isso mais tarde.
- O que você acha que vai me acontecer para que eu precise ser curada ou ressuscitada?
- Há muitos perigos na cidade. Trolls, goblins, criaturas da noite... Precisamos de armas, feitiços, poções, e principalmente, cura.
- Você não havia me falado sobre esses perigos antes.
- Não? Devo ter me esquecido.
- Sim, um detalhe insignificante.
- Chegamos. – ele disse, e tive de fazer o unicórnio parar bruscamente, o que o fez esbarrar com o focinho no traseiro do unicórnio da frente.
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Dançando no Ar
FantasyVale dos Corvos sempre fora um lugar exótico e afastado, por muito tempo guardado pelos seres encantados da floresta e pelos espíritos dos ancestrais dos Filhos de Danna. Adotada por uma família cristã, Rose foi a ultima pagã a nascer em Vale dos...