Capítulo X

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- Sejam bem vindos ao vale dos unicórnios. – disse Keelan, mas eu mal dei atenção, pois estava extasiada com a minha visão.

Parecia um cenário de contos de fadas – o que, na verdade, era -. Um suntuoso jardim cheio de borboletas e várias famílias de unicórnios e um riacho correndo ao fundo.

- Esses cavalos... – eu comecei a falar, mas Keelan me interrompeu.

- Cavalos com chifres. São unicórnios.

- Eu sei o que são!

- Sabe, mas nunca viu um. E aposto um beijo como não sabe a utilidade que eles têm.

- Vá para o inferno! Diga logo qual a sua utilidade.

- Sangue de unicórnio prolonga a vida e foi usado em tempos mais antigos para fazer diversas poções rejuvenescedoras por vocês, humanos, Filhos de Danna.

- Não vou matar um unicórnio, Keelan, se é isso que você quer fazer. E também não permitirei que o faça.

- Não precisamos matá-los. Só um pouquinho de sangue de cada um já é o bastante.

- Isso não é certo. Aposto que os Iluminados não fazem isso.

- Bem, você não está lidando com um iluminado agora, está?

- Para que você precisa de sangue de unicórnio, afinal?

- Vamos precisar. Esse é um mundo perigoso, e o sangue de unicórnio não só rejuvenesce como também ressuscita e tem poderes curativos. Para onde iremos, vamos precisar.

- Não vou deixar ferir nenhum unicórnio. Arranje outra maneira. Aposto que o que não falta em seu mundo são coisas com propriedades curativas.

- Claro, como sempre quer fazer as coisas do jeito mais difícil. De qualquer maneira, vamos precisar montar num unicórnio para chegar ao lago de lágrimas.

- O que é esse lago de lágrimas?

- Mais perguntas... – ele resmungou – É um lago composto por lágrimas de sereias. Ele tem poderes curativos. Não é nenhum sangue de unicórnio, mas serve.

- E por que não teve essa ideia antes?

- Por que nesse lago, tem sereias.

- E qual o problema?

- Sereias são algumas das criaturas mais traiçoeiras de nosso mundo.

- Não acredito em você.

- Não precisa acreditar no que eu digo. Deixarei que veja você mesma.

Eu e Colin montamos num unicórnio, e Keelan foi à frente montado em outro. Se eu achava que o vale dos unicórnios parecia ser o fim do mundo, isso é por que ainda não havia tentado chegar ao lago de lágrimas.

- Sabe, o tempo que gastamos indo atrás de unicórnios e sereias, poderíamos usar para resgatar minha irmã. – eu disse, sem esconder o mau humor.

- Vai me agradecer por isso mais tarde.

- O que você acha que vai me acontecer para que eu precise ser curada ou ressuscitada?

- Há muitos perigos na cidade. Trolls, goblins, criaturas da noite... Precisamos de armas, feitiços, poções, e principalmente, cura.

- Você não havia me falado sobre esses perigos antes.

- Não? Devo ter me esquecido.

- Sim, um detalhe insignificante.

- Chegamos. – ele disse, e tive de fazer o unicórnio parar bruscamente, o que o fez esbarrar com o focinho no traseiro do unicórnio da frente.

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