3.

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Ana

Subo o deck e volto para a festa passando pela multidão. Tudo gira, talvez beber quase uma garrafa de vodka pode não ter sido uma boa ideia. Meu estomago embrulha, apoio na parede e me inclino para baixo. Alguém me pergunta se estou bem, gesticulo um joia e a pessoa desaparece.

Me recomponho e respiro fundo. Ando em direção a casa tentando manter o equilíbrio de corpo e pensamentos. Estou com uma vontade enorme de chorar. Disse que tinha que me encontrar com o Mike, mas não queria procurá-lo no meio dessa gente toda. A música alta me incomoda, vou até a cozinha, atrás de um pouco de água.

...

Sei que estou bêbada pois estou quase desmaiando mas estou dançando os pés no ritmo da musica que toca. Observo com dificuldade a casa pela cozinha, mal consigo enxergar os rostos das pessoas que estão a minha frente. Avisto a Vi com o Bruno um pouco a frente, esses cachos são inconfundíveis.

Depois de um tempo ela me encontra,abrindo um sorriso, eu precisava dela.

Como se ela sentisse, foca em minha direção, me olha fixamente, aceno um tchauzinho e um sorriso que pareceu não convencer muito. Ela se voltou para o Bruno e disse algo em seu ouvido, ele concorda com a cabeça e ela vem em minha direção.

Ela chega na cozinha e eu a abraço.

Ana: Mulher o que foi?

Eu não respondo e ela me abraça de volta, me apertando.

Vitória: Aconteceu algo?

Ana: Eu amo tu.

Vitória: Oh meu deus - disse ela soltando uma risada - Bebeu demais foi?

Não respondo e me aconchego no seu abraço. Ficamos em silêncio por um tempo, nos movimentando lentamente de um lado pro outro.

Vitória: O que houve hein? Que saber tudinho...

Mais um longo tempo de silêncio nos toma.

Vitória: O Mike

Ele tava doido atrás de você

...

Tu não tava com ele né

....

Foi o que pensei.

Ela consegue me tirar um sorriso conversando sozinha desse jeito. Me afasto perdendo o equilíbrio. Estou mole, sem dificuldade, Ví coloca meu braço em volta de seu pescoço e me ajuda a andar.

Vitória: Game Over pra você mulher, cabo!

Ela conduz e me ajuda a subir as escadas, chegando ao corredor viramos a primeira porta, ela abre e entramos em um quarto aconchegante com uma cama de solteiro ao canto. O quarto tem outra porta, que penso ser o banheiro, graças a deus. Já sei para onde vou correr quando tudo ameaçar sair de mim.

Vitória: Esse é o quarto do Bruno, se preocupa não.

Ela me ajuda a deitar na cama, vai até o o guarda roupa, pega dois travesseiros e coloca atrás da minha cabeça, me deixando confortável

Vitória: Imagina cê morre no próprio vomito mulher?! Eu lhe mato!!

Ela se senta na ponta da cama e começa a massagear meus pés, me olha e levanta as sobrancelhas.

Vitória: Tu não vai me dizer nada né? Mas eu to aqui viu? Amanhã tu não escapa.

Ficamos um tempo em silencio, ela mexia no celular, dando sorrisinho de vez em quando.

Ana: Volta pra tua festa Vi.

Vitória: Eu to bem aqui.

Ela franziu a sobrancelhas e procurou algo.

Vitória: Eu não trouxe água?

Nesse momento a porta se abre.Ela está parada com a mão no trinco, acho que também está surpresa. 

Sinto um frio na barriga e tudo gira.

Ana e CecíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora