13.

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Ana

Subimos no palco e era incrível ver a quantidade de gente, não consegui conter o sorriso ao ver toda aquelas pessoas ansiosas para nos ver cantar. Dou um oizinho no microfone e as fãs que estão a frente soltam gritinhos engraçados. Eu amava isso. Era praticamente tudo o que eu queria, ou quase tudo. Era gratificante ver as pessoas cantando as músicas que você escreveu, elas sabiam cada palavra e sentiam a letra, como eu senti.

Começamos a segunda música e observo o local onde estamos, enquanto canto. Do palco se via a casa pelo lado de fora, era linda. No andar de cima tinha uma sacada, onde estavam varias pessoas conhecidas. Pensei ser a área vip desse show. Rio sozinha e volto a atenção para o público.

...

Terminamos a segunda canção. Vou até uma mesa que tem ao lado, escondida, bebo água de uma garrafa que tem ali. Nesse tempo Vitória interage com o público de uma forma fofa e descontraída. Pergunta para  o povo se estão gostando e eles a responder positivamente. Ela nunca para quieta no palco, jogando seus cachinhos de um lado para o outro. Ela era muito fofa com esse seu jeitinho. Ajeito a alça do violão e volto para meu lugar.

Vi dança ao sons das batidas e começamos a terceira música. Olho para a multidão de gente que tem ali. Observo cada rostinho cantando feliz com a gente. Chego em um rosto específico e congelo.

Vitória

Estou muito animada de ver o show De abertura lotado, ou era apenas aquela dose que o Bruno me deu antes de eu subir no palco. Meu corpo está quente. A segunda turnê promete muito, e eu e Ana estamos com muitas expectativas. Começamos a cantar Trevo e danço pelo palco. Estava tudo indo bem. O público canta junto com a gente. Saio de perto do microfone e vou para perto do bolo de pessoas que estão de frente para o palco. Ana parou de cantar e acredito que está deixando as pessoas cantarem.

Aos poucos as vozes vão morrendo. Percebo que ela não está animada e nem interagindo com o público. Olho para ela e está paralisada. Não está tocando, apenas está com o olhar vidrado em algum lugar da plateia, com a boca entre aberta. Percebo que não está tudo bem. Volto para o microfone e canto minha parte. Dou um sinal para banda cantar junto e eles entendem. Canto olhando pra ela, me aproximo um pouco tentando chamar sua atenção e nada. Me viro para o palco. Tiro o microfone e vou para perto deles na tentativa de tirar a atenção da Ana.

Ana

Vitoria: Ana... Ana???

Risadas.

Vitória: Como vocês podem ver a Ana não acordou ainda...

A onda de risadas me faz voltar a realidade. Estou olhando para baixo mexendo no violão. Porque estou ajustando ele?? Já está ajustado!!! Pisco diversas vezes e olho para Vi. Eu terminei a música no automático. Olho de volta para a multidão de pessoas ali, procuro encontrar Cecília mas logo paro e tento agir naturalmente.

Vejo que todos estão olhando diretamente para mim. Isso se passa em segundos. Chacoalho a cabeça e me aproximo do microfone.

Ana: Oi gente, olha cês me desculpa viu?!

O público ri e sorrio para eles. A banda começa outra música e os acompanho. Cor de Marte. Sei que ela ainda estava aqui para ouvir. Era uma da suas preferidas. Evito olhar para o público com medo de ve-lá novamente e estragar tudo. Fecho os olhos e começo a cantar com toda a vontade e amor.

Cecília

Thiago: Cecília o que foi isso??

Cecília: O que??

Ana e CecíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora