04:47Cecilia
Faíscas são necessárias para começar uma explosão, era o que estávamos fazendo. Dizem que a terceira tentativa é a que vale, certo? A mais significativa, ou vai dar errado ou vai dar certo. Estava na hora certa de acender esse fogo de novo? Talvez, ela não tenha ideia do efeito que causa em mim. Eu poderia tentar fugir, mas eu não quero. Porque eu a amo, e sempre amarei. Algo sempre me puxa para ela. Não é acaso é só amor, certo?
Eu não sei o que está acontecendo aqui, mas não quero que acabe. Termino a canção e a vejo se aproximando tão rápido que até assusto. Fecho os olhos, sinto seus lábios contra os meus e retribuo, que saudade disso. Meu coração está acelerado demais. Não sei o que fazer, aperto o violão na tentativa de conter o nervosismo, movimento minha cabeça estranha e vagarosamente, até parece que esqueci como se beija.
Começamos a ficar ofegante. Tudo o que ouvimos é a música baixa ao fundo e nossas respirações. Tiro a mão do violão e a coloco em sua nuca, sua pele está quente, ao toca-la a sinto tremer um pouco, passeio meus dedos em sua pele e gentilmente a empurro mais para mim.
Estava muito bom para ser verdade.
Ela recua devagar, interrompendo o beijo, sua respiração está alta, ela encosta sua testa na minha. Abro meus olhos e a estudo. Está de olhos fechados, mordendo os lábios. No que está pensando? Já deve estar arrependida, penso. Ana se afasta um pouco mais e me olha nos olhos, observo esses olhinhos escuros, seu olhar de cachorrinho sem dono, penso em abraça-la, mas não faço.
Essa luz amarela e aconchegante a faz ficar mais linda ainda, como isso é possível? Seu rosto está tão próximo ao meu, sinto sua respiração desregulada. Eu quero continuar, mas ela parece relutante. Ela quer? Ou está enjoada? Meu deus eu vou pirar.
Uma onda de calor me toma.
Cecília: Ana... Tudo bem?
Minha voz saí bem baixa, mas ela estava muito perto para não ouvir.
Ana
Esse quarto invadido pela luz amarela faz tudo parecer perfeito e propício. Ela está me devorando com os olhos, eu a conheço. Porque recuei? Eu quero isso também! Minha cabeça volta a girar e não consigo pensar em mais nada. Só por essa noite, eu esquecerei tudo, será somente eu e ela.
Ouvir meu nome em seus lábios faz com que meu corpo inteiro estremeça. Nunca ninguém fez tanto barulho no meu coração... e corpo.
Em uma onda de adrenalina tiro o violão de seu colo, coloco no chão e me volto para ela. Ouço o barulho das cordas sumirem aos poucos. Seu olhar está diretamente para minha boca, eu me aproximo cada vez mais e ela não se afasta. É a resposta, ela também quer.
Ouço sua respiração inquieta e vacilo um sorriso, que saudade! Todos os pensamentos incertos de segundos atrás se vão. A tensão que se encontra aqui nesse quarto era excitante e não desconfortável. Era a mesma adrenalina de você dar seu primeiro beijinho com seu primeiro amor.
A beijo novamente e dessa vez dura mais. Sua boca está quente, sinto uma mordida no lábio. Amava quando ela fazia isso. Coloco minha mão em sua cintura a puxo para mim. Ainda há bebida alcoólica em meu corpo, com toda a certeza. Eu não costumava ser ousada assim. Acho que ela percebeu pois soltou um sorriso entre o beijo.
Avanço nela cada vez mais. Ouvir sua respiração me deixava louca. Coloco minha mão por dentro de sua blusa e sinto suas costas. Cecília não parece dar a entender que quer algo a mais. Se fosse antes, já estaríamos sem roupa nessa cama, ela sempre tomava a iniciativa. Mas ela estava me esperando fazer.
Começo a beijar seu pescoço e ela solta um gemido baixo. Dou uma mordida e ela recua bruscamente para trás quase caindo da cama.
Cecília: Ei!!! Vai marcar!!! - ela diz colocando a mão no pescoço.
Ana: Não vai - digo baixinho.
Ela me encara desconfiada. Me analisa e passa a língua entre os lábios. Isso me desmonta completamente. O desejo vem como toda a força . A atração que sinto por ela parece aumentar ainda mais. Penso em retomar onde estávamos, mas me seguro ao ouvi-la falar.
Cecília: O que estamos fazendo?
Ana: Não sei.
Porque não conseguimos tirar os sorrisos de nossos rostos? Talvez esperamos por isso tempo demais. Penso que talvez ela esteja tão animada quanto eu.
Pego sua mão e a conduzo para onde eu estava deitada antes. Ela vem, se senta ao meio da cama e cruza as pernas. Nossos olhares estavam cravados um ao outro. Ela me olha e consigo imaginar o que ela está pensando. Cecília me observa de um jeito particular, sempre que me olhava assim ela me dizia que "O universo só foi feito para ser visto por meus olhos".
Ela me fazia se sentir a pessoa mais única e especial da face da terra.
Voltamos a nos beijar. Uma vez ou outra na tentativa de provocá-la, passava a mão em o seu corpo. Arranhava de leve, partes que eu sei que ela gostaria. Nos afastamos e dou um selinho junto a um sorriso. Agora Cecília está sorrindo do seu jeito sedutor.
Cecília: Você está bêbada? – diz empinando seu narizinho e com um sorriso no canto da boca.
Ana: Estou.
Cecília: Quão bêbada?
Ana: O suficiente para saber o que quero...
Ela da uma piscada para mim, não está convencida.
Ana: o suficiente para você não se sentir culpada.
Nós duas caímos na risada. Senti muita falta disso. Continuamos com o sorrisos de orelha a orelha e nossos olhares se encontraram.
Dessa vez ela vem até mim, me dá um beijo caloroso, me deitando na cama. Ela está por cima, pressionando seu corpo contra o meu.
Ela o tira meu vestido com muita facilidade, a olho, eu nunca desejei tanto alguém assim, nada mais me interessa, apenas esse par de olhos castanhos. Sinto cada toque seu em meu corpo, seus lábios deslizam até o canto.
Sua mão encontra minha coxa. Cada vez que Cecília intensifica o beijo sua mão sobe sorrateiramente, cada vez mais...
"Tudo bem?" pergunta em meu ouvido. O que me faz arrepiar.
Fecho os olhos, respondo sim balançando a cabeça.
E a sinto dentro em mim.
Cravo minhas unhas em suas costas. Isso era realmente bom.
Subo minha mão e a enterro em seus cabelos loiros, puxando-os. Cecília solta um gemidinho baixo, o que me faz pirar ainda mais. Ela faz movimentos lentos e estou ofegante, aperto o edredom fino entre os dedos na tentativa de controlar a reação exaltada do meu corpo.
Ela se afastada, senta sobre meu corpo mas não tira sua a mão de mim, me observa sentir todo o prazer daquele momento. Abro os olhos e a puxo para mim novamente. A beijo agressivamente. Tiro sua blusa escura a deixando apenas com o sutiã preto que contrastava sua pele clara.
Ela se volta para trás e está sentada em cima de mim novamente. Agradeço por ter acendido a luz, eu conseguia admirar cada parte do seu corpo.
Passo mão em sua barriga e desço minhas mãos até seu short jeans. Desabotôo com facilidade.
A toco, sinto ela solta um gemido baixo, está de olhos fechados, mordendo os lábios. Faço movimentos lentos o que faz parecer ainda mais prazeroso para ela, a sinto em meus dedos e a ouço a respirar cada vez mais alto. Eu realmente estava com saudade disso. Era único com ela.
Em um movimento rápido, me sento e deito sua cabeça ao lado oposto da cama. Me deito em cima dela, entre suas coxas. Sua respiração está ofegante, seus olhos não desgrudam da minha boca. A beijo lentamente e desço seu pescoço, fico ali por um tempo, apreciando sua pele macia.
Tiro seu sutiã e o jogo no chão próximo a cama. Ele cai sobre o violão e o barulho das cordas a faz rir. Beijo cada parte do seu corpo e a sinto arrepiar, sei que não é de frio.
Desço até sua barriga e sinto seu corpo vibrar em arrepio involuntário de prazer. Nossas mãos de encaixam e Cecília me aperta, com força. Desço cada vez mais... Sinto seu gosto e seu corpo contrair.
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Ana e Cecília
RomancePassou meses desde o último encontro, a vida seguiu. Mesmo distantes por um tempo, Ana e Cecília percebem que a história delas ainda não terminou. Ana desistiu na primeira vez, Cecília na segunda. Os cenários mudaram, as pessoas ao redor também...