7.

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Cecília

O notbook ainda está ligado, a playlist avança e começa a tocar nothing's gonna hurt you baby do cigarettes after sex. Meus pensamentos sonolentos se desfazem. Minha música favorita tocando e a minha pessoa favorita em meus braços. O que mais eu poderia querer?

Olho pela janela e vejo o dia nascendo. Está frio e me aconchego em seu corpo quente. Meu está olho pesado, Ana está dormindo junto ao meu peito. Meu braço em que ela ta apoiada está dormente, nem o sinto mais. Não quero incomodar, então deixo como está.

Não consegui pregar o olho. Minha cabeça estava um turbilhão, seria impossível dormir assim. Quando Bruno me chamou para vir em seu aniversário, eu poderia imaginar milhões de possibilidades de como essa festa terminaria, mas eu nunca acertaria o que aconteceu nessa noite.

Uma onda de pensamentos me invade e sinto medo da reação da Ana quando ela acordar. Ok, ela estava bêbada. Mas ela sabia o que estava fazendo. E ela queria. Mas algo me fazia pensar que talvez ela fizesse o mesmo que eu. Lembro perfeitamente. Naquele quarto de hotel, quando dormimos juntas e na manhã seguinte a deixei. Dizendo que estava satisfeita e ia embora.

Tomara que ela não faça isso.

Após transarmos ela não disse uma palavra sequer. Apenas descansou a cabeça em mim. Recebeu um cafuné e não demorou a dormir. Às vezes me pegava rindo sozinha pensando nessa situação. Ou apenas estava muito feliz com isso tudo. É, acho que era isso.

Eu estou muito feliz!!

Meus pensamentos se vão com um toque vindo de algum lugar. Penso em me mexer para procurar o celular, mas não quero acorda-lá. Então o deixo tocar.

Sinto meu estômago roncar de fome. Minha boca está seca. Começo a rir pensando que gostaria daquela água que a Vi disse que ia buscar. Ana estava com o seu braço em cima de mim e faço carinho nele. Ela solta um ronco baixinho, que me faz rir. Apoio minha cabeça na dela, fecho os olhos e sinto o cheiro do seu cabelo. Ela usava o mesmo shampoo. Porque não consigo parar de sorrir???

Depois de um tempo o celular volta a tocar. Deve ser importante, penso.

Cecília: Ei... Ana? - digo tirando uma mecha do seu cabelo colocando atrás da orelha.

Chacoalho um pouco seu braço. Mas nada.

Cecília: Aninha...

Ela não acorda.

Me levanto um pouco com pena de ter que acorda-lá. Lentamente ela acorda, me viro de lado voltada para ela. Nossos corpos estão grudados. Agradeço pela cama ser tão pequena. Relutante ao abrir os olhos, ela franze a testa. Deve estar incomodada com o toque do celular.

Ana: Que barulho é esse?

Cecília: Seu celular está tocando - sorrio a observando e me apoio num braço.

Ana: Desliga - ela resmunga. Colocando o edredom sobre a cabeça.

Cecília: Ei pode ser importante. É a segunda vez que está tocando.

Ela tira o edredom do rosto e bufa. Solto um sorriso involuntário. Ana odiava que atrapalhassem seu sono. Ela procura o celular entre as cobertas e o encontra. Está olhando para a tela mas não consigo ver quem está ligando, ela demora um pouco a atender.

"Alô?"

Ela se levanta rapidamente da cama com o edredom junto ao corpo. Rápido até demais. Vai até o banheiro e fecha a porta.

Me sento, preocupada. Aperto os olhos com as mãos. Olho em volta da cama e as roupas estão todas jogas. Bagunçamos um pouco o quarto. Procuro minhas roupas pelo chão e as coloco. Dez minutos depois ela sai do banheiro, ainda enrolada no edredom. Também procura suas roupas. Ela não me olha.

Ana e CecíliaOnde histórias criam vida. Descubra agora