Capítulo VI.

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  Embaixo da cama.

  Brenda, senta entre Amanda e Douglas, provando os amantes.

   – Bem – diz ela, enquanto toma o resto do leite que estava no copo –, acho que alguém tem que me levar para casa.

   Douglas a olha, pensa um pouco e diz:

   – Verdade, tinha me esquecido.

    Ele levanta e vai até o quarto, provavelmente buscar as chaves do automóvel. Brenda, pretensiosa, puxa assunto com Amanda.

   – Então, querida – provoca ela, ironizando – Curtiu seu banho?

   Amanda a encara, levanta e se dirige para longe da ex-amiga. Douglas volta e chama Brenda. A garota pega a mochila e se despede de todos. Ambos se dirigem para o carro.

***

   Sem o caseiro, o pessoal se vê obrigado a fazer os deveres da fazenda. Mesmo estando de noite, Michelle divide as tarefas. Ela fica responsável por tratar dos porcos, galinhas e bovinos. Amanda teria que limpar a casa da fazenda, que por sinal é grande. O restante estava indo embora ou no caso de Matheus:

   – Sou muito novo para fazer essas coisas – reclama o garoto.

***

   Brenda entra na saveiro, senta e ignora totalmente Douglas. Por algum motivo, o rapaz estava suando frio.

   – E... – diz ele – Sobre eu e ...

   – Não me importa – concluí Brenda.

   – Sério, tipo eu nunca quis te magoar. – Ele encosta a mão na coxa da menina. – Só que quando eu me aproximava de você... Você fugia.

   Ela olha para ele e ri.

   – Acontece que se em algum momento eu senti algo por você, esse sentimento morreu.

   Ela tira a mão dele de cima da coxa. Ele liga o motor e acelera. Um estrondo soa pela lateral do carro. Douglas para o automóvel, assustado.

   – O que tá acontecendo? – pergunta Brenda.

   – Não sei, vou dá uma olhada.

   O rapaz sai de dentro do carro e vai checar. Ele olha o motor e peças complementares, analisa se tem gasolina, até que finalmente acha o problema.

   – Estamos com um pneu furado.

   Brenda o olha e sai do carro.

   – Como? – pergunta a garota.

   – Parece que foram... Garras.

   – Uma onça, talvez – sugere a garota.

   – Não, é muito grande para ser uma onça – deduz o garoto – Bem, tenho trabalho a fazer.

   O garoto tira a camisa, só para se exibir obviamente. Na luz do luar sua pele brilhava, realmente ele era lindo. Brenda o olhou, porém não sentiu nada. Douglas entra embaixo da Saveiro para retirar o pneu reserva. Ele sai todo sujo e suado.

   – Tá estourado também – informa ele.

   – Não acredito – diz a garota, que agora se afastava do carro e ajustava o vestido – Estamos presos nesse inferno. Sério?

   Ele se aproxima dela. Brenda sente algo em seu interior, seu coração acelera, seu pulmão pesa e ela perde o ar.

   – Teremos que esperar até segunda, para nós subirmos de ônibus – concluí o rapaz, com um hálito fresco – Merda, vou perder horas de trabalho que serão descontadas do meu salário.

O Aviso do Demônio _ Parte Um.Onde histórias criam vida. Descubra agora