Capítulo 04

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Abro os olhos lentamente, sentindo um peso sobre as pernas e algo me enroscando pela cintura, que logo identifico ser um braço. Bem forte, diga-se de passagem.

Forte e inegavelmente caloroso.

Fazendo certo esforço e tendo que reprimir um gemido ao receber com tudo as consequências da noite louca e apaixonada que tivemos em minhas partes baixas, me reviro no colchão e fico de frente para o rosto adormecido de John.

As lembranças da nossa farra noturna inundam instantaneamente a minha mente e eu me pergunto como os vizinhos não chamaram a polícia depois de todo o barulho que fizemos ontem, nas incontáveis vezes em que nos amamos.

Inevitavelmente, eu sorrio. Admito que seria um tanto engraçado se acontecesse.

Com as pernas entrelaçadas nas suas e o toque protetor ao meu redor, apoio a cabeça sobre a palma da mão para observá-lo melhor, tão tranquilo em seu sono. A franja de fios castanhos espalha-se por sua testa e cai desleixadamente por cima dos olhos, assim como os dentes salientes à mostra, deixando-o com um ar realmente encantador.

Não que eu não tenha feito isso antes, mas, estranhamente, esse é um hábito que adquiri desde que passei a frequentar a sua casa e dividir a cama consigo. E em todas as vezes que o vislumbro assim, o meu coração enche-se de boas vibrações.

Esse é o meu mais querido segredo.

Suavemente, deslizo as pontas dos dedos sobre o seu rosto. A sensação dos pequenos pelos ralos que crescem em seu queixo e abaixo do nariz, expressam a maturidade que, de longe, sua aparência tem. Tão másculo e ao mesmo tempo tão juvenil. John é uma combinação difícil de desvendar, e talvez seja exatamente por isso que eu amo tanto.

Sem qualquer vontade de parar, continuo a explorar sua pele amorenada. Acaricio a pequena pinta sob os seus lábios, o seu pescoço, suas clavículas bonitas e saltadas, até chegar ao tórax malhado e robusto. Porém, o que eu quero verdadeiramente tocar está mais para baixo, coberto e delineado pelo fino lençol, o pedaço do qual me aproveitei enquanto me embebedava com o seu desejo.

Me deleitando com a maciez do seu corpo, desço a mão por seu abdômen; afago sua coxa encaixada por cima da minha; e me inclino um pouco para alcançar o seu belo traseiro, que aperto sem muita força, só para sentir sua firmeza.

Oh, céus! Que bunda maravilhosa tem o meu garoto!

– Você realmente tem uma tara na minha bunda, né?! – sobressalto ao escutar sua voz áspera de sono e afasto a mão por reflexo. Ele sorri – Bom dia!

– Bom dia.

Constrangida, tento recuar a mão e colocá-la em outro lugar, mas ele a segura com gentileza e não permite que eu a afaste ainda mais.

– Pode continuar tocando, se quiser. Não me importo.

Feliz, eu concordo. Quem sou eu para dizer o contrário quando ele está tão disposto a aceitar minha tara e deixar que eu o apalpe até cansar?

– Mas, é como dizem. – murmura.

– Como dizem o que?

– Olho por olho, dente por dente.

Sorrindo, dá-me uma palmada na nádega e a aperta. Porém, aquele incomodo de antes faz com que eu resmungue de dor. Johnie se alarma com a minha reação e diz:

– O que foi? Machuquei você?

– Não. Não machucou, é só que... – solto um suspiro – Nossa brincadeira especial de ontem, me deixou...Bem... Levemente dolorida.

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