13. O azar de passar um tempo com ele

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Anteriormente, em Juntos no azar...

O táxi parou do lado da calçada e eu puxei Taehyung. Não em direção ao carro, mas em direção a mim. Taehyung foi corajoso quando me disse aquelas coisas na pizzaria e agora era minha vez.

Não me importava se era muito cedo ou se era tarde demais. As consequências só vinham um segundo depois da ação e eu tinha um segundo inteiro para fazer o que eu quisesse.

A buzina do carro acabou sendo a música de fundo para nosso primeiro beijo. Mas, ei, os melhores amores eram aqueles que pareciam com seus donos e, de esquisitice, Taehyung e eu tínhamos de sobra.

*~*

As mãos dele permaneceram inseguras no ar por um tempo, mas logo as senti em minhas costas, me segurando firme. Se aquela sensação fosse feita de eletricidade, raios saíriam das pontas dos meus dedos. Taehyung abriu os lábios devagar, me deixando mostrá-lo o que fazer. Percebi sua solidão, sua doçura, o gosto do álcool e da surpresa transformada em deleite. Eu podia fazer centenas de poesias românticas enquanto o beijava, ao mesmo tempo que eu não conseguia pensar em nada que não fossem imagens obscenas.

Mas como não dá para beijar uma ameba, Taehyung se afastou quando me percebeu ficando mais baixo. Spoiler: eu estava perdendo a força das pernas. Me agarrei ao pescoço dele enquanto voltava para a Mãe Terra.

— Hyung — Taehyung começou a rir e tentou me segurar.

— Taehyung-ah, não tive tempo de fazer um testamento, mas você pode ficar com minha coleção de conchinhas do mar. Lembre-se de mim quando estiver com os pés no oceano.

Surpreendentemente, ele me puxou para cima como se eu fosse uma boneca de pano.

— Coleção de conchinhas do mar? Isso é fofo demais.

— Não é não. É um hobby completamente normal para um jovem homem de vinte e seis anos.

Taehyung aumentou seu sorriso e balançou a cabeça para os lados, como se não acreditasse no que eu disse.

— Cala a boca e me beija, seu bobão.

— Já até esqueci porque parei.

Daquela vez, ele foi mais confiante e me puxou para colar o corpo ao meu. Engoli em seco ao ver sua certeza, e também, claro, ao sentir seus músculos definidos por baixo da roupa. Estava nos livros de História que quando Taehyung nasceu, até os pacientes em coma bateram palmas para o pedaço de paraíso que ele iria se tornar. E, naquele instante, era tudo meu! Bem, não exatamente meu, porque Taehyung não era um objeto para se tornar minha propriedade e também nós estávamos do lado de fora então não era como se eu pudesse fazer o que eu queria fazer, mas OH MY GOD.

É isso. Meus sentimentos podiam ser resumidos assim.

O que eu estava falando mesmo? Ah, é, eu não estava falando. Eu estava... Me dá um B! Me dá um E! Me dá um I! Me dá um J! Aish, já chega. Beijando Kim Taehyung era muito grande para soletrar.

Uma vez eu vi uma girafa dormindo com a cabeça no próprio traseiro.

Mas, ei, falando em bundas, Taehyung pôs a mão dele na minha.

"AAAAAA."

— Espera, espera — falei e pus as mãos em seus ombros enquanto olhava ao nosso redor. O táxi tinha ido embora e a rua estava muito deserta. — Vamos para casa. Estamos sozinhos aqui.

Ele sorriu e pegou uma das minhas mãos, entrelaçando nossos dedos.

— Não precisa ter medo. Eu protejo você. — Seu sorriso virou uma risada. — Que cara é essa?

juntos no azar ; taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora