24. A sorte de ter conhecido você

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Anteriormente, em Juntos no azar...

Ele se aproximou e me agarrou de novo e logo seu punho encontrou meu rosto, uma, duas, três vezes. Com a visão vermelha e o estômago girando, eu vi de canto de olho a mulher se levantar e sair correndo da ruela. Bom... pelo menos ela não foi seriamente machucada. Eu tinha chegado a tempo, ainda bem...

Dessa vez, eu parei deitado no chão e senti o pé do homem nas minhas costelas várias vezes antes de tudo se apagar.

*~*

Eu primeiro ouvi os barulhos estranhos, depois senti uma dor enorme na barriga e percebi que não conseguia mover o rosto direito. Quando abri um dos olhos, porque o outro estava grudado, eu reconheci imediatamente o quarto de hospital. Isso não me surpreendeu. Já tinha ficado em quartos assim mais vezes do que eu me lembrava. O que me deixou surpreso mesmo foi minha mãe do meu lado, dormindo sentada na cadeira, com uma de suas mãos segurando a minha.

Logo meu peito apertou e meus olhos arderam e eu comecei a chorar feito um bebê, por tudo que eu passei, por tudo que ela passou e por tudo que poderíamos ter sido se não tivéssemos feito as escolhas que fizemos.

Ela acordou em um susto, mas logo percebeu o que estava acontecendo e abraçou minha cabeça, deixando-a descansar em seu peito.

— Está tudo bem, meu bebê. Vai ficar tudo bem. Mamãe está aqui.

Na semana anterior a isso eu nunca teria deixando minha mãe me chamar de "meu bebê", mas naquele momento era tudo que eu precisava. Tentei dizer o que aconteceu e que eu não tinha coragem de fazer o que eu teria que fazer com Taehyung, mas apenas saiam choros em forma de palavras ininteligíveis. Mas minha mãe não se importou e ficou repetindo que estava ali e que tudo ficaria bem até eu verdadeiramente me acalmar. Tudo doía: meu corpo, minha mente e meu coração; e até mesmo o escuro era menos assustador que aquilo.

Ela se afastou e se sentou de novo, mas sem soltar minha mão.

— Desculpa — falamos ao mesmo tempo.

Eu ri um pouco.

— Mãe, desculpa ter ido embora daquele jeito. Eu deveria ter ficado e tentado me acertar com a senhora.

— Não, Hoseok-ah. Eu que tenho que pedir desculpas. Meu Deus, olha só todo o mal que eu te fiz por causa daquele contrato. Seu pai e eu deveríamos ter nos esforçado mais, conseguido sua cirurgia do jeito normal.

— Ele sabe?

— Sabe... — Ela suspirou e balançou a cabeça. — Mas nunca aprovou. No entanto, como um favor para mim, também nunca contou a você, me fazendo prometer que um dia eu contaria. Mas eu nunca contei. Eu não conseguia achar a hora certa!

— Não tem hora certa, mãe.

Ela abaixou o rosto e acariciou minha mão.

— Eu sei disso agora.

Gemi de dor, o que a fez me olhar de novo.

— Ah, Hoseok-ah, meu bebê, aquela garota disse o que você fez por ela. Foi tão corajoso e tão estúpido! Você poderia ter morrido, seu grande idiota!

Fiquei levemente tonto com a mudança súbita no meio da frase, mas eu tinha outras coisas para pensar.

— Ela falou com a senhora?

— Sim! Foi ela que ligou para a polícia e ficou aqui com você até que eu chegasse. Toda descabelada e com a maquiagem derretendo, disse que passou a madrugada em uma boate e que atraiu atenção indesejada quando estava voltando para casa, mas, mesmo assim, decidiu me esperar chegar no hospital em forma de agradecimento. Agora ela já foi embora e disse que voltaria depois para lhe agradecer formalmente. Ah, e seu pai está lá fora conversando com a médica. Como pôde se meter em um perigo tão grande? Você deveria ter ligado para a polícia, filho!

juntos no azar ; taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora