21. O azar de preparar uma surpresa

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Anteriormente, em Juntos no azar...

— Nove?!

Ah, não.

— Ahn... Pensa pelo lado bom! Você vai ser o 10. Olha que número bonito.

Taehyung franziu o cenho, mas, ei, não era uma lógica tão ruim assim. Eu fui estranho, mas mais estranho ainda foi que Taehyung gostou e aceitou morar comigo.

Tenho certeza que foi por gostar de mim e não para ser o dez. Tenho certeza.

*

Em suas orações, Taehyung também pedia para que Deus ajudasse seus pais a entenderem sua escolha. Mas acho que Deus não pode dar tudo.

*~*

Fazia um mês desde que Taehyung foi morar comigo e duas semanas desde que ele ficou bem triste com a visita indesejada do pai. E pela primeira vez em um longo tempo, eu realmente o observei. Taehyung teve uma vida privilegiada e, mesmo não trabalhando como modelo, ele ainda tinha o físico e o carisma de um, então, era um pesadelo sair com ele em público porque nosso namoro era constantemente ameaçado por pessoas querendo roubá-lo. Ai, espera. Eu transformei isso em algo sobre mim.

Voltando para o Taehyung, ele também não tinha amigos próximos nem emprego nem hobbys que pudessem fazê-lo ocupar a cabeça com algo saudável. Tudo bem que ele cuidava do nosso apartamento e até colocou várias plantinhas sobre os móveis (eu só não entendia o cacto na privada. Era uma ameaça implícita?) e era muito legal chegar em casa e ter comida pronta, louça lavada e banheiro limpo... A gente só percebe que estava vivendo na poeira e restos de comida quando conhece-

Ah, não. Eu fiz o assunto ser sobre mim de novo. Espera. Tá bom. Lá vai.

ELE NÃO ESTAVA FAZENDO SEXO COMIGO.

Mas eu entendo! Não sou nenhum desesperado por sexo, pelo conforto de ter uma pele nua encostando na minha, o movimento libidinoso de invadir alguém da forma física mais íntima possível, das mãos tentando se sustentar um no outro, buscando uma maneira de corpos diferentes se encaixarem como se sempre tivessem sido um, o som das molas da cama e a sensação da água do chuveiro percorrendo as brechas entre nós e o calor do sol entrando pela janela, esquentando nossas peles juntas, sem falar dos orgasmos...

A quem eu queria enganar? Eu estava sofrendo muito com isso. Mãe, seu filho emocionalmente dependente virou também sexualmente dependente. Nem Trevor podia tirar aquela dor de mim.

E era por isso que eu ia fazer o Taehyung se sentir melhor. Quer dizer... Eu queria fazer ele se sentir melhor porque eu gostava dele, era óbvio. O sexo era bônus. Eu só coloquei a frase no lugar errado, okay?

No sábado, depois do almoço, Taehyung saiu para procurar emprego e eu fiquei no apartamento pensando no que seria bom para fazer. Eu adorava clichês, mas Taehyung era mais exigente. Uma vez eu lhe dei um buquê de flores e aparentemente ele amou, colocou até em um vaso, mas três dias depois ele passou perto das flores, fez careta e disse:

— Cheiro de morte.

Ah, me desculpe por tentar ser fofo.

Mas, enfim, precisava ser algo romântico sem envolver flores. Tudo bem, porque ele gostava de comida. Eu poderia cozinhar para ele. Resolvido.

Andei até a cozinha já esfregando as mãos, todo animado para ver a carinha dele quando comesse um jantar especial com sobremesa Jung Hoseok.

Mas bati com o dedo mindinho do pé na mesa e me contorci como se estivesse em trabalho de parto por dois segundos. Que merda de azar!

juntos no azar ; taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora