6. O azar de receber meus pais em casa

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Anteriormente, em Juntos no azar...

Será que tinha como o dia ficar mais estranho?

Ah, espera. Tinha sim.

Meus pais.

*~*

— Ommo. O que houve, Hoseok-ah? Se você tocar em uma vassoura suas mãos caem, por acaso? — Foi a primeira coisa que minha mãe disse ao entrar no meu apartamento e deixar seus sapatos na entrada enquanto meu pai me dava um abraço de urso.

Deu vontade de responder que "Sim, elas caem", mas eu não deveria dar corda à minha mãe em discussões. Ela sempre achava um jeito de me deixar culpado ou constrangido. Apertei mais um pouquinho a fofura do meu pai e dei um abraço nela também.

— Fico feliz que tenham chegado bem. Desculpa a sujeira, estou tendo pouco tempo livre. — Até porque eu usava boa parte dele para pensar em Taehyung enquanto olhava e ria para o céu.

— Hoseok-ah. Ligamos para você mais cedo para avisar que estávamos chegando, mas você não atendeu. — Minha mãe estava com as mãos em meus ombros, literalmente me olhando de cima abaixo como se não me visse há anos.

Meu pai estava do lado dela, sorrindo.

Eles não eram pessoas ruins. Na verdade, eu fui criado muito bem e com muito amor. Mas os dois tinham muita presença, do tipo que se eles estão em uma multidão, fazem tanto barulho e conversam com tanta gente que seria bem fácil achá-los. Meu pai pegou a mania da esposa de falar o que vem à mente e ela pegou a mania do marido de fazer amizade até com quem está na fila de espera. Eu não tinha nenhuma dessas características e meio que não me adequava a eles, mas éramos família e não se dá as costas para família se há amor.

— Eu derrubei café em mim na hora. — Afastei o blazer e mostrei a mancha marrom na minha camisa branca. Eles chegaram cinco minutos depois de mim; nem tive tempo de trocar de roupa. — Não deu para prestar atenção à ligação.

Meu pai riu. Ele era assim; sua resposta espontânea para quase tudo era uma risada.

— Que azar, Hoseok-ah. Não se queimou?

— Óbvio que me queimei.

— Filho, tem certeza que você já saiu da adolescência? — minha mãe perguntou.

Coloquei a mão na testa e inspirei fundo.

— Não começa, mãe.

— Ah, ótimo. Agora eu sou a culpada.

Olhei para ela, que estava com as mãos na cintura. Percebi que seus cabelos estavam mais cinzas do que a última vez que a vi.

— Não, mãe. Não foi isso que eu quis dizer.

Meu pai entrou no espaço entre nós dois e sorriu. Ele era o homem mais paciente do mundo e se casou com a mulher que mais precisava que as pessoas tivessem paciência com ela. Perfeitos um para o outro.

Dava até inveja.

— Bem, não vamos brigar. Só faz três minutos que estamos aqui. Hoseok-ah, trouxemos muita comida. Que tal você e eu prepararmos o jantar especial dos homens Jung?

Apesar do nome ridículo, eu adorava cozinhar com meu pai. E minha mãe baixou o escudo passivo-agressivo dela para sorrir também.

— Ótima ideia. Vocês fazem o jantar e eu vou dar uma saída. Preciso comprar umas coisas na rua.

— Hoje, querida? Ainda vamos passar dois dias aqui.

— Sim, hoje. Eu vi uma promoção no caminho para cá e quero aproveitá-la. Vocês não precisam de mim aqui, precisam?

juntos no azar ; taeseokOnde histórias criam vida. Descubra agora