Violet Dursley

A Carta

Foi nas férias de verão que a punição de Harry foi interrompida, e todas as três crianças estavam cheias de apreensão ao pensar em começar em diferentes escolas. Violet frequentaria a Escola de Gramática para meninas que tanto Petúnia quanto sua vó martena haviam frequentado. Dudley estava destinado a Smeltings, que Vernon havia frequentado, Harry estava indo para o local abrangente, Stonewall High.

Assim como acontece em todas as novas escolas, houve um atrito sobre os uniformes. Violet reclamou que seu novo uniforme parecia algo saído de um convento ou da Era Vitoriana, mas quando viu o que Harry e Dudley vestiriam calou a boca.

O uniforme de Harry era nada mais do que algumas roupas velhas de Dudley, tingidas de cinza. A diferença de tamanho fez com que parecesse muito com pedaços de pele de elefante velho.

O uniforme de Dudley era um fraque marrom-avermelhada, calça de cor laranja de golf, chapéu de palha e uma bengala que os estudantes usavam para bater uns nos outros quando os professores não estavam olhando.

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Não muito antes do aniversário de Harry, tudo foi para o inferno de uma hora pra outra.

Tudo começou quando Harry foi enviado para receber a correspondência depois de uma pequena discussão com Dudley, e retornou com duas cartas que fizeram com que o rosto de Vernon ficasse com um ciclo muito interessante de cores antes que ele mandasse as crianças saírem da sala. Dudley e Harry tiveram uma briga furiosa, mas silenciosa, sobre quem ouviria no buraco da fechadura.Violet ignorou-os
e chegou lá primeiro, ouvindo seus pais em uma discussão em pânico que poderia muito bem ter sido falada em grego por todo sentido que fazia. Algo sobre "Não ter um na casa" e "Podem estar assistindo".

As coisas não pararam por aí, no entanto. Harry foi retirado do armário e levado para o quarto de hóspedes às presas, mas as cartas continuavam chegando.

Na quinta-feira, Vernon dormiu na porta da frente para impedir que alguém se esgueirar-se para o correio. Violet havia antecipado isso e deixado Harry ou seu irmão assumir o risco. Se conseguissem, ela recuperaria a dela mais tarde. Se eles falhassem, ela não levaria a culpa.

Mais cartas chegaram e Vernon fechou a abertura do correio.

Na sexta-feira ficou claro que quem quer que fossem, não estavam de brincadeira. Nada menos do que doze cartas chegaram, obviamente sem se importar que a caixa de correio tivesse sido fechada. As cartas foram empurradas para baixo da porta, e ate mesmo através da pequena janela do banheiro que ninguém usava.

No sábado 24 cartaz chegaram, enroladas em cada uma das duas dúzias de ovos que um homem muito confuso tinha enviado para Petúnia pela janela da sala de estar. Petúnia soltou outro de seus gritos ensurdecedores na descoberta, e Vernon tinha feito ligações para os correios e qualquer outro lugar que pudesse pensar, tentando encontrar alguém para reclamar.

Eles estavam sentados para o café da manhã no domingo, quando um monte de cartas veio pela chaminé.

Violet mergulhou no chão, conseguindo pegar uma carta enquanto rolava para debaixo da mesa. Do canto do olho via Harry saltando no ar, apenas para ser agarrado por Vernon e ser jogado para fora da sala. Violet rapidamente enfiou a carta na lateral da saia, certificou-se de que estava coberta pela blusa e seguiu o resto da família, decidindo ler a carta mais tarde, quando tinha alguma privacidade.
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A privacidade, no entanto demoraria a chegar.

Vernon estava em pânico, empacotado as malas de todos, empurrando todos para dentro do carro.

De vez em quando, Vernon recuava por vários quilômetros, antes de retornar a rota anterior. Outras vezes, ele entrava num grande campo no meio do nada, saía e olhava ao redor, depois voltava e continuava dirigindo.

Violet estava começando a ter sérias preocupações pela saúde mental de seu pai.
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A chance de Violet de ler a carta chegou quando eles finalmente pararam para passar a noite em um hotel decadente ao lado de uma ferrovia.

Vernon havia insistido para que ninguém fosse a qualquer lugar sozinho, mesmo visitando os banheiros comunitários em pares. Violet simplesmente pegou Harry e a carta é foi para o banheiro.

De pé ao lado dos lavatórios, os dois examinaram a carta. Era feito de pergaminho amarelo pesado, com um celo de ceda vermelha representando um leão, um texugo, uma águia e uma cobra, com um grande H no centro.

"Querida Srta. OʼConner, você foi convidada a frequentar a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts..."

Havia mais, mas o pai dela estava passando e rugindo. Nem mesmo olhando para o nome, ele pegou o pergaminho e o rasgou em pedaços.

Arrastando-os de volta para o quarto, ele passou um bom tempo gritando com eles, depois voltou a resmungar sobre como "eles nunca nos encontrariam aqui".
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Na manhã seguinte, foram acordados pelo gerente, que procurava os destinatários de cerca de cem cartas que haviam sido deixadas na recepção.

Quem quer que estivesse escrevendo para eles, eles deviam receber crédito pela persistência.
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Uma vez que Vernon se livrou das cartas, dessa vez certificado-se de que Harry e Violet permanecessem trancados no quarto o tempo todo, eles estavam na entrada novamente.

Eles seguiram o mesmo padrão de ontem, com a exceção de Vernon parando em uma pequena loja e voltando com um pacote volumoso. Violet estava começando a se preocupar com sua própria saúde mental se tivesse que suportar muito mais reclamações de seu irmão.

Naquela noite, eles acabaram remando em uma pequena ilha no mar. Vernon estava convencido de que ninguém os encontrariam lá.

Racionalmente, Violet concordou com ele. Por outro lado, os remetentes de cartas sabiam sua localização até o quarto do hotel.
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Exatamente a meia-noite, alguém começou a bater nas portas com força.

Dudley sentou-se em um pulo no sofá. Violet caiu do banco em que ela estava deitada. Vernon e Petúnia vieram correndo do quarto, Vernon empunhando uma arma e gritando.

Houve uma pausa, então a porta foi literalmente arrancada de suas dobradiças, revelando uma figura enorme cobrindo a porta.