Eles estavam ligados, que ia muito além do que imaginavam. Uma ligação de alma que nunca poderia ou seria quebrada, mas que os guiariam um até o outro.
Quando a lua aparecia denunciando o anoitecer, os dois retornariam ao lago, mesmo que sem sequer...
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Enquanto o céu parecia cair lá fora, com trovões, relâmpagos e raios, dentro do hospital o primeiro de todos os outros bebês nascia. Seu cheiro doce de framboesa perfumou todo o quarto, trazendo lágrimas no rosto de sua mãe, ela tanto quanto orgulhosa de ter dado a luz a um pequeno ômega.
Assim que o ar passou por seus pulmões, trazendo uma sensação de dor, ele pôde respirar pela primeira vez, logo então vindo o choro. O quão aliviada a mulher se sentiu quando o escutou, foi como uma melodia suave, pois significava que ele estava bem e só isso importava para ela.
Suas bochechas eram gordinhas, realmente fofas e rubras. Com feições fortes e delicadas. Seus olhos pequenos eram repletos de curiosidade sobre onde estava, ao mesmo tempo que admirado com o mundo a sua volta, mas carregava um bico nos lábios, não se sentindo protegido com o barulho da chuva que ouvia lá de fora; até que o colocaram no colo de sua progenitora e tudo pareceu estar bem. A sua diferença de muitos era a marca no dorso de sua mão esquerda que se parecia com uma meia lua, pequena e quase podia se confundir com uma cicatriz, mas belíssima. Seu nome? Jimin, Park Jimin.
Do outro lado do hospital estava outra mulher tentando se manter calma enquanto era levada para um dos quartos. Seu aroma se espalhava rapidamente por todo o local, e aumentava cada vez mais que seu lobo sentia estar em perigo, as contrações não ajudavam muito.
Foram três horas até que o bebê nascesse, quando o relógio marcou meia noite e meia. Tendo uma pequena complicação que no futuro se tornaria uma cicatriz em sua bochecha esquerda, um corte pequeno causado pelo bisturi. Seus olhos não tão pequenos, mas cintilantes ao tom de um azul tão escuro que facilmente poderia se confundir com preto. Caso não fosse seu próprio cheiro ninguém diria que aquele pequeno ser era um lúpus da classe alfa. Em sua destra era formada de uma pequena estrela, os médicos acharam ser delírio, mas juraram que a viram brilhar. O aroma que saia de si era um tanto quanto forte, característico a baunilha e hortelã fresca, este último herdado de sua tão querida mãe.
Uma gravidez arriscada ao qual o pequeno conseguiu sair forte e saudável, todavia não se podia dizer o mesmo de sua mãe.
— Por favor.. — A voz fraca foi ouvida e a enfermeira se aproximou com o bebê no colo.
— Ele é uma graça. — O mostrou. — Você vai ficar bem.
— Eu não — Sua voz falhou ao tentar falar e uma lágrima desceu de seus olho ao ver seu filho, mas mesmo assim sorriu. — Cuide do meu Jungkook. Ele é o meu único orgulho.
O pequeno bebê ao primeiro abrir de olhos com suas íris brilhando em um azul notório, observou a mulher deitada, sendo a quem lhe deu a luz e o primeiro amor da vida do pequeno; amor materno. Percebê-la pelos olhos negros sua mãe tão sem vida, afetou o pequeno alfa de tal forma que o azul que cintilava nos seus, mudasse drasticamente para negros, tais como viu em sua progenitora, aquele preto tão forte que escondia toda a sua dor. E foi então que o berreiro começou.
...
Ele, igualmente aos outros bebês, foi levado para jogar água no corpo e ser lavado, e após isso ser levado ao dormitório dos bebês. Rapidamente foi vestido e colocado para dormir. Quando em um movimento sua mãozinha direita levemente caiu para fora de sua cama, esta que estava pertinho de uma outra ainda vazia.
O ômega depois de limpo foi levado para os braços de sua mãe, que chorava litros de felicidade. Ver seu pequeno em suas mãos e completamente saudável a deixava extremamente feliz. Todos os seus problemas pareciam sumir ao ver o seu bebê e nem a ausência do pai deste iria a abalar, pois estava com o seu mundo em seus braços apenas aproveitando o momento.
Alguns minutos depois, Jimin estava sendo levado para o dormitório, prestes a dormir foi imediatamente colocado em sua cama. O ômega percebeu um cheiro diferente de todos os bebês que se encontravam ali, seu olfato estava sensível aos aromas não sendo muito difícil notar um mais forte vindo logo da cama ao lado.
A enfermeira já havia deixado o quarto e apagado as luzes, tendo a única iluminação do vidro que refletia a luz do corredor do hospital. Jimin se remexeu como podia na cama podendo observar a mão caída do outro bebê, e levado pela curiosidade e um instinto de seu lobinho, a tocou suavemente com sua mãozinha esquerda. Dada alguns segundos, olhava o outro com um misto de encanto e ainda curioso, até que finalmente dormisse.
Um curto período de tempo depois, as marcas deram um brilho forte. O toque das mãos foi desfeito e então uma comunicação entre seus lobos internos aconteceu, como uivos.
"— Eu irei te proteger, não importa o que aconteça."
