Foto: Jack
Dois dias depois partimos. Ainda não estava convencida que o Jes falava a verdade pra mim, mas nada fez ele ficar. A princípio achei que seria uma coisa ruim levar ele, porque os gastos aumentariam e não sabíamos quanto tempo ia demorar a viagem. Mas o Jes é muito mais útil que alguns dos outros. Pelos menos ele sabia lutar e podia se proteger sozinho.
Voltando ao real foco da minha vida nesse momento, eu percebi que estávamos realmente atrasados pra chegar a G-42. Cada vez que nos distanciávamos do ponto de partida, a floresta tropical ficava mais densa, e isso nos deixa mais lerdos ainda. Só encontramos alguns alienígenas no começo, mas todos de espécies fracas, então foi rápido a matança de cada. Na terceira noite chegamos a G-42. Umas das portas pequenas se abriram quando nos aproximamos e uma mulher alta e loira nos recebeu na base.
-Sou a Srta. Collins. Estou aqui pra receber os dados recolhidos. Quem está com eles?
-Sou eu. Scott Winter. - ele se aproximou dela e os dois começaram a checar e trocar idéias sobre os tais dados e ele carregava.
-Bom. Está tudo em ordem. Vou pedir agora que façam um relatório sobre a invasão e como chegaram até aqui. Preciso de tudo que for importante sobre a viagem. Só depois estarão dispensados.
Ela ia se virando mas falei antes com ela.
-Srta. Collins! Sem querer atrapalhar, mas a senhorita tem alguma informação sobre os refugiados da S-25?
-E você? Quem seria?
-A desculpe.. Lydia Hivi senhorita!
-Infelizmente Lydia, não tivemos nenhuma informação sobre isso nos últimos 3 dias. Mas a ultima foi que eles tinham encontrado a entrada da base. Então estariam em perigo. Mas estamos procurando ajudar.
Aí finalmente ela se virou e saiu. Um vazio tomou conta de mim. 3 dias sem notícias... isso e muito negativo. Depois fui chamada pra fazer um relatório a mão sobre tudo que pediram, e sinceramente o meu com certeza ficou mais incompleto que os dos outros. Primeiro porque desmaiei durante um bom tempo, segundo porque eu só consegui lembrar de coisas pessoais sobre tudo isso. Estava mesmo precisando recuperar o foco.
Depois que fui liberada, soltaram a gente na cidade pra descançar e fomos parar em uma casa desocupada. Todo mundo menos o Scott. Então cheguei na Cristi e perguntei sobre ele.
-Ele não vem?
-Não sei da vida do Scott.
-Nossa... Achei que vocês estavam se aproximando.
-Você ta vivendo na sua vida fantasiosa cheio de caras perfeitos enquanto eu to aqui vivendo a realidade.
- Olha, eu sei que perdi o foco nos últimos dias e não prestei atenção em muita coisa. Mas não precisa falar assim comigo, ta?
- A.. desculpa. Mas a realidade e triste.
-Me conta logo!
- Todo mundo percebeu que ele estava se aproximando de mim e causando ciúmes noYan. Mas é exatamente pelo Yan.
-Oi? não entendi.
-Ele é Gay.
Na boa... eu ri. Muito. E ela ficou me olhando com uma cara de foda-se muito grande. Tipo... eu tava com muita pena dela. Mas bem que gostei. Porque se ele não fosse gay, ela teria largado o Yan pelo Scott e eu prefiro o Yan. Ta... Eu fiz a mesma coisa com o James. Ele foi bonzinho de mais até agora. E me sinto culpada por tudo que aconteceu. Eu querer terminar com ele era coisa minha, mas não precisava de todo aquele teatro com o Jes. Eu não gosto dele. Nem um pouco. Apenas tenho atração e preciso controlar isso. Não sei o quanto eu magoei o James. Não era pra ser assim.
Mais tarde, depois de eu ter dormido umas dez horas, já estava de noite. Eu sai com a Cler pra rodar um pouco pela cidade e conhecer a vida naquele lugar. Sempre tive curiosidade de saber como eram as coisa em outras bases como a minha. Não era muito diferente mas com certeza aquela era mais moderna. As construções eram espelhadas e luzes neon iluminavam as ruas a noite. As pessoas usavam cortes diferentes, e roupas neutras. Não haviam coisas antigas como os carros ou objetos. Era tudo muito novo e atualizado. Depois de um tempo andando, compramos sorvetes e sentamos na calçada em frente a casa, como fazíamos com 10 anos.
-Lydia. Lembra daquela vez em que o James brigou no colegio?
-A se lembro! Ele apanhou bonito! A gente tinha 11 anos e nunca tínhamos brigado com ninguém.
- eu lembro que ele fez isso pra te defender. Aquele garoto que estava querendo te forçar a ficar com ele. Desde aquela época ele te defendia.
-É... Mas agora não preciso mais disso. Eu gosto mais de lembrar de quando invadimos a casa do Prof. Rigis. Isso sim que é ser vida louca!
-Com certeza! Mas eu sinto tanta falta da nossa casa... Dos nossos amigos. Até mesmo do ensino medio! Nunca achei que fosse dizer isso.
Derepente, no escuro do céu uma luz branca se iluminou, a princípio pequena. Mas depois foi crescendo e se tornando mais brilhosa, até que uma rajada de vento e poeira nos atingiu. Percebi que aquilo havia sido uma explosão no espaço. Péssimo sinal pra quem está em meio a uma guerra. Menos de cinco minutos depois, fomos convocados, pra receber notícias no quartel da cidade.
Estavam todos lá. Os comandantes, os sargentos, os pesquisadores das bases e todos os soldados do campo de batalha, incluindo alguns dos meus colegas que partiram da S-25 no mesmo dia que eu. Todos falavam, um chiado insuportável, e muito calor naquele lugar fechado. A Srta. Collins parou em frente a todos em uma parte mais alta, pedindo atenção.
-Recebemos notícias sobre a explosão que foi vista a alguns minutos atras. Um desastre aconteceu. Mercúrio foi destruída.
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T.E.R.R.A (Terminado)
Science-Fiction"Uma guerra não é uma coisa fácil de se enfrentar, nunca foi e não é porque passaram décadas que isso vai mudar. Uma terceira guerra mundial talvez fosse menos prejudicial à população mundial. Mas uma invasão alienígena é um guerra solar... Pode des...