Grant
Na manhã de sábado, eu faço uma reunião com os meus amigos. Eu ainda estou chocado com o que eu vi ontem. E muitas perguntas têm surgido na minha cabeça. Uma delas é se Mia me seduziu porque sabe que eu sou amigo de Bratt.
Sinceramente, não consigo imaginar a Borboleta fazendo uma coisa dessas. Eu sinto que conheço ela e para mim, ela é uma pessoa boa, doce e que precisa de muito amor. Não uma falsa manipuladora e bandida.
Sentamos os três no sofá. Eles olham para mim, mas não sei por onde começar. Por onde é que eu começo? Não está sendo fácil para mim, principalmente porque ainda dói. Será que Mia mentiu para mim?
— Você está bem? — Bratt pergunta.
— Não. E não é simplesmente porque a Mia não aceitou namorar comigo.
— Então, o que é? — Scott olha para mim preocupado.
— O tutor da Mia trabalha para o Jacob. — Digo.
Bratt levanta e passa a mão no cabelo. Eu entendo porquê essa reação, afinal, Jacob fez ele sofrer bastante.
— Isso é alguma brincadeira? — Scott pergunta.
— Seria tão bom que fosse!
— Grant, eu sinto muito, mas eu já sabia. — Bratt responde. — O Vladimir é o tutor dela. Eu via sempre que ela ia atrás dele para pedir dinheiro.
— Porquê você nunca me disse nada? — Levanto também. — Eu teria evitado toda essa confusão. Teria evitado me apaixonar por ela.
— Eu pensei que não seria um problema, além disso, você não perguntou. Pensei que já soubesse.
— Eu acabei de descobrir!
— Sinto muito! — Ele senta no sofá. — Mas Mia me parece ser uma boa pessoa.
— Mas e se não for? — Pergunto.
— Mas e se for? — Scott pergunta.
— Lembra que ela não foi atrás de você. Foi o contrário, Grant. — Bratt diz.
— Eu sei disso, mas eu não sei o que fazer. Esse homem pode ser perigoso. E se fizer alguma coisa comigo ou com a minha família? Ou com um de vocês? — Eu ando de um lado para o outro.
— Será que ele é pior que Jacob? — Scott olha para Bratt.
— Eu não sei.
— Acho que é melhor a gente não arriscar. — Scott diz.
— Você tem razão. Não podemos nos meter com pessoas perigosas. Eu devia ter feito alguma coisa quando você começou a sair com a Mia. A culpa é toda minha.
— A culpa não é apenas sua, Bratt. É minha também. Devia saber que ela era muito estranha e não devia ter insistido.
— E agora? — Scott pergunta.
— Eu vou me afastar dela. Não importa o que eu sinto. É a melhor coisa a fazer. — Digo.Mia
O meu tempo está terminando e eu ainda não sei o que fazer para me livrar do Vladimir. Mas será que ele tem razão quando disse que estou presa a ele para sempre?
Esse é o meu maior medo. Eu quero viver a minha vida com liberdade e fazer as minhas próprias escolhas sem ter que me preocupar se vou ser castigada. Quero paz e estar com alguém que realmente amo. Não quero que ninguém me obrigue a amá-lo.
Saio do quarto para ir beber um copo de água. Infelizmente, Vladimir está aqui e acho que não vai sair tão cedo assim. Aos finais de semana ele sai apenas quando já estou dormindo.
Sirvo água num copo e bebo. Como não há divisão entre a cozinha e a sala, Vladimir fica olhando para mim enquanto faço isso. Não desvia o olhar nem por um segundo.
Termino e saio da cozinha para ir para o meu quarto, mas ele não deixa. Ele me chama.
— Vem cá, meu amor! — Ele olha para mim com um sorriso assustador.
Caminho até ele, ele segura a minha mão e me coloca sentada no seu colo. Suas mãos me tocam e ele beija o meu ombro. Fecha os olhos e suspira com felicidade.
— O que você quer? — Pergunto.
— Quero ficar assim. — Ele me abraça. — Sou o homem mais feliz do mundo por ter você.
Não digo nada. Fecho os olhos e finjo que é Grant que está me abraçando, mesmo sabendo que na realidade ele deve me odiar. Eu fiz aquilo por ele. A gente pode ser amigos, mas não namorados. Acho que preciso conversar com ele.
— Daqui a pouco é o seu aniversário. — Ele sussurra. — Eu prometo que vai ser muito especial. Vou levar você em um hotel, a gente vai jantar o que você quiser e depois a noite será nossa. Mas se você quiser outra coisa pode dizer, amor.
— Isso está bom para mim. — Fecho os olhos para poder dizer essas palavras. Ele não imagina como seu toque me faz mal.
— Ótimo. — Ele sorri. — Estive pensando também que a gente podia passar o natal longe daqui. O que você acha? É só você escolher um lugar. Qualquer lugar.
— Sim.
Ele passa a mão no meu braço, nas minhas costas e depois nas minhas pernas. Continuo com os olhos fechados para não ver o que ele está fazendo. Sentir já é suficientemente horrível.
— Mia, você é minha! Entende? — Ele beija o meu pescoço e lambe o meu rosto. Faço um esforço para não vomitar na cara dele.
Faço que sim com a minha cabeça. Ele continua e parece estar se divertindo. Acho que não vou aguentar muito mais. Não quero isso.
Seu celular toca e quase desmaio de tanto alívio. — Eu posso ir estudar? — Pergunto.
— Claro, meu amor. Depois a gente conversa. — Ele diz.
Levanto imediatamente assim que ele atende a ligação. Entro no meu quarto, tiro a roupa e vou correndo no banheiro para me livrar da saliva daquele monstro. Esfrego com força para que saia.
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Intensamente quebrados
RomanceLivro V História de Grant e Mia Mia Summer era vista de duas maneiras: Pobre e sociopata. Ela era calma, tímida, não tinha amigos, ficava sempre no seu canto e observava as pessoas. Ninguém imaginava que vivia um pesadelo com seu tutor que er...