Bônus

2K 156 31
                                    

        Três meses depois

   A água toca o meu corpo e eu fecho os olhos. Grant começa a lavar o meu cabelo e depois a esfregar o meu corpo, depois faço o mesmo com ele. Antes isso era estranho para mim e eu ficava com vergonha. Agora já não. Não tenho mais vergonha.
   Estamos namorando há quatro meses e uma semana, mas acho que já não posso viver sem ele. Além disso, gosto de tudo que tem a ver com ele. Ele é o melhor presente que alguma vez poderia receber.
  Quando a água retira toda a espuma dos nossos corpos, Grant me abraça e depois me beija. Brinco com o seu cabelo enquanto desfruto do seu beijo viciante.
   Grant ainda cuida de mim, mas não como antes, e ainda bem porque ele exagerava demais. Mas agora já estou recuperada. Fisicamente e psicologicamente.
   Quando ele se afasta, fica olhando para mim de um jeito que me deixa corada. Não acredito que ele ainda faz isso comigo.
   Sua mão desce até à minha cicatriz, acariciando. Ele fecha os olhos como se estivesse lembrando daquele dia horrível. Para mim, essa cicratiz vai sempre me lembrar do dia da minha liberdade. O dia que eu me livrei daquele homem de uma vez por todas.
   Acaricio o seu rosto para que não pense mais nisso. Ele está preso, sofrendo com a minha falsa morte. Ele teve o castigo que mereceu, embora Grant não ache que seja o suficiente.
   Ele vai preso por muito tempo. Pois ele matou os meus pais só para me ter. Eu pensava que o odiava, mas quando fiquei a saber disso, passei a odiá-lo de morte. Ele não tinha o direito de tirar meus pais de mim.
   Mas eu nunca mais quero pensar nisso. Tudo que eu quero é viver a minha vida e ser feliz ao lado do Grant. Quero que ele me ame para sempre, quero casar com ele e ter filhos com ele.
   — Não fica assim. Aquilo já passou. Eu estou aqui com você. — Digo.
   — Eu sei, Borboleta! Mas não consigo evitar. As coisas más não desaparecem tão facilmente.
   — Disso eu sei muito bem. Mas se você ficar triste, eu também vou ficar triste. Então, não fica triste.
   Ele olha para mim. — Está bem. — Ele sorri. — Não vou deixar que aquilo me coloque para baixo.
   Saímos do banheiro depois de vestimos os robes. Entramos no Closet e tiramos as nossas roupas. Escolho um vestido preto rodado e calcinha e sutiã de renda.
   — Ainda bem que hoje é sábado. Eu amo descansar. O que você quer fazer depois? — Ele pergunta.
   — Não sei. A gente podia sair. Ir ao cinema, para mim está bom.
   — Está bem. — Ele vai para o quarto, mas eu regresso ao banheiro para secar o cabelo.

           Grant

   Termino de vestir e vou para a sala. A campainha toca por coincidência e para a minha sorte são o Bratt e a Sophie com comida. Ainda bem porque eu não sei como uma faca funciona além da sua função de objeto cortante.
   — Bom dia, Grant! — Sophie me abraça.
   — Tudo bem? — Pergunto.
   — Claro. Viemos trazer o café para vocês. — Bratt responde.
   — Eu tive essa ideia brilhante. — Sophie diz.
   — Que maravilha! — Sorrio.
   Guio eles até à cozinha e montamos a nossa mesa de café da manhã. Há panquecas, frutas e bolo. Eu tiro o suco da geladeira.
   — Estou morrendo de fome! — Digo.
   — Você não ia esperar por mim? — Mia entra na cozinha e senta ao meu lado. — Que bela surpresa vocês aqui!
    — Obrigada! Eu tive essa ideia magnifica. — Sophie sorri.
   — A minha namorada é uma versão egocêntrica feminina do Scott. — Bratt diz.
   — Não quero brigar, Bratt! O dia está muito lindo para isso. — Ela beija ele.
   — Está mesmo! — Também beijo a Mia.
   Servimos os nossos pratos e eu me lembro de levar Mia num passeio de balão mais uma vez. Dessa vez, ela não precisa se esconder do seu tutor. Dessa vez, podemos voar até ao anoitecer.
   — O que você está pensando? — Mia pergunta.
   — Não importa! — Como as panquecas.
   — Eu estava pensando num jantar entre amigos. De novo. — Sophie diz.
   — Dessa vez no seu apartamento. — Bratt olha para mim.
   — O que você acha, Mia? — Viro para ela.
   — Seria muito bom. Eu alinho.
   — Ótimo! — Sophie tira os óculos.
   — O Scott vai cozinhar, não é? — Pergunto.
   — Ele vai cozinhar. — Sophie não parece muito feliz com isso. — Mas por outro lado, Scott não deve ser tão bom com comida asiática. — Agora ela sorri.
   — O que você está tramando, minha garota? — Bratt pergunta.
   — Depois você vai ver. Todos vão ver! — Ela ri.
   — Adiante! — Digo. — Não, não tenho nada a dizer além de: eu sou muito feliz. — Sorrio.
    — Eu sabia que isso ia acontecer. Ainda bem que você e Scott finalmente entendem. — Bratt põe o braço ao redor se Sophie.
   — Mas eu não esqueci da maldição! Eu sofri por sua causa! — Aponto o garfo para ele.
   — Não exagera, Grant! — Mia ri. — Isso não faz o menor sentido.
   — Para mim faz. Você tinha que ouvir quando ele disse aquilo.
   — Nem sempre ele fala sério. — Sophie beija ele.

Intensamente quebradosOnde histórias criam vida. Descubra agora