Capítulo vinte e oito - Minha força, minha fraqueza

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   Durante o café, Grant fica bastante pensativo. Sei que é normal estar assim por causa do Vladimir, mas estou começando a ficar preocupada com ele. Eu quero que ele esteja feliz. Eu estou porque sei que as coisas serão melhores de agora em diante.
   Hoje, Grant vai comprar os nossos bilhetes de avião, e acho estranho os seus pais concordarem com isso assim. Eles devem ser as melhores pessoas que eu conheço. Tive medo que eles fossem me afastar do Grant.
   Termino de comer os meus ovos e levo toda loiça suja na pia. Grant faz o mesmo, depois beija a minha testa.
   — Vou deixar você no apartamento do Scott. Quero que fique com a Chloe.
   — Está bem. Grant?
   — Sim?
   — Para onde a gente vai?
   — Paris. Alguma vez foi para lá?
   — Não.
   — Então, você vai adorar. Vamos ficar na casa do meu padrinho. Ele vai nos receber de braços abertos.
   — E quando a gente vai? — Pergunto e a campainha toca.
   — Depois de amanhã a noite. — Ele diz quando se dirige para a porta e abre.
   Sorrio quando vejo Gia entrar, mas Grant não parece muito feliz. Ela também. Normalmente, ela parece sempre feliz e sorridente, hoje não é assim. Espero que não tenha acontecido nada de grave.
   — Bom dia! — Ela fica em pé na sala.
   — Bom dia, Gia. — Digo. — Como a senhora está?
   — Se quer saber, Mia, não estou bem. Sabe porquê? — Ela olha para mim.
   — Mãe! — Grant fica entre nós. — Por favor, não! Agora não é o momento.
   — É sim. Ela precisa saber que eu não quero mais você perto dela. Não quero que nada aconteça com você.
   — Não me quer perto do Grant? — Pergunto.
   — Não é que eu não goste de você. Eu apenas estou tentando proteger o meu filho. — Ela diz.
   — A senhora não vai me impedir de nada. Por favor, me deixe viver a minha vida!
   Eu sento no sofá sem saber o que dizer. É compreensível tudo o que ela está dizendo. Agora eu entendo porquê o Grant estava tão mal ontem. Não é por causa do Vladimir. É por causa dos seus pais. Ele não quer me deixar.
   — Grant Coleman!
   — Mãe, não vou deixar a Mia sozinha. Se alguma coisa acontecer com ela, nunca vou perdoar a senhora! É isso que quer?
   — Não exagera, Grant!
   — Eu sei cuidar de mim. A senhora continua me vendo como uma criança, mas eu já não sou uma criança. Entenda isso! — Ele puxa os cabelos levemente.
   — Eu sei que não é mais uma criança, mas você não está vendo o perigo.
   — Não vou mudar de ideias. É melhor a senhora ir embora.
   Gia fica em pé na minha frente. — Mia, se você realmente sente alguma coisa pelo Grant, você...
   — Mãe, pára!
   — ... você vai se afastar.
   — Mãe, pára com isso! A gente não vai se afastar.
   — É para o seu próprio bem.
   — Eu sei o que é bom para mim. É por isso que eu não vou desistir. Essa é a minha última palavra.
   — Pense bem, Mia. — Ela olha para mim. — Não quero perder ele por sua causa. — Ela passa por Grant e vai embora.
   Quando eu levanto, Grant coloca as mãos no meu rosto e me obriga a olhar para os seus olhos tristes. Porquê com ele tudo é difícil?
   — Mia, não liga! Eu não vou desistir de você.
   — Eu não quero que se machuque por minha causa, Grant! — Choro.
   — Não posso deixar você sozinha.
   — Ela tem razão. Estou colocando todos vocês em perigo. Eu não quero perder ninguém. Não quero mais ninguém!
   Ele me consola. — A polícia está tratando de tudo. E já resolvemos esse assunto. Se você quiser podemos viajar o quanto antes, Mia.
   — A sua mãe...
   — Não vou perder você de nenhum jeito. Se você me deixar, eu não vou aguentar. Então, não faça isso comigo. Não quebre o meu coração. Vai dar tudo certo.
   — Grant! — Choro mais ainda. Posso tentar, mas também não consigo mais me afastar dele. Antes era fácil, agora eu não posso mais. Nós precisamos um do outro.
   — Eu te amo, Mia. E se você quer que eu peça de joelhos, eu peço de joelhos. — Ele se ajoelha.
   — Grant, eu não vou deixar você.
   Ele levanta e me abraça. — Vamos conseguir resolver isso, você vai ver.
  Suas mãos enxugam as minhas lágrimas e depois fazem carícias no meu rosto.
   É tão estranho sentir isso! Grant é a minha força, mas também é a minha fraqueza.
   Se eu podesse, jamais deixaria Vladimir machucar ele. Infelizmente, eu sou fraca diante de Vladimir. Ele vence à mim e ao Grant em todos os sentidos.

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