6. Charlie

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Sorrio ao ver Theo no salão de festas da Casa de Repouso

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Sorrio ao ver Theo no salão de festas da Casa de Repouso. Uma música toca em uma intensidade agradável e ele dança e rodopia com os idosos que lá estão. Todos riem divertidamente, adorando a presença nova e revigorante do garotinho.

– Charlie, menina! – Me viro a tempo de ver Rose vir em minha direção. É uma das poucas senhorinhas que tinha a memória intacta e sempre lembra meu nome.

– Rose! Como vai? Não demorei dessa vez, hum? – Eu aceito seu abraço.

– Imagina! Estou feliz de vê-la aqui. Mas adorei a visita agradável do rapaz e o garoto. – Rose leva as mãos ao rosto, cheia de ternura. – Aquele moço bonito é seu namorado?

Reviro os olhos internamente por ouvir aquela pergunta pela segunda vez hoje.

– Não. São meus amigos.

– Eles são adoráveis. – Rose diz, observando Theo dançando com os mais velhos.

Ela se junta a eles, dançando e valseando para lá e para cá no ritmo das músicas dos anos 70. Dou um suspiro e entro na casa, procuro por Daniel e o vejo na sala de estar, ele está sentado em um canto, com um livro nas mãos. Em volta dele, todas as cadeiras estão ocupadas por senhoras idosas e algumas enfermeiras que trabalham lá. Elas tem uma expressão atenta e apaixonada para Daniel, que lê um livro em voz alta para elas.

Então, em um susto, Amelie caiu da pedra, seu corpo tropeçando nas rochas e indo tragicamente de encontro ao chão. – Daniel recita, fazendo as senhoras arfarem de horror. – Fim do capítulo 10.

– O quê, você vai parar aí? – Jamie, uma idosa de cabelos ralos reclama. – Não vamos saber se o Príncipe Kyle vai salvá-la?

– Deixa, Jamie. – Dona Liz resmunga, sorrindo. – Assim Daniel vai precisar voltar mais vezes para terminar o livro.

As outras senhoras concordam, empolgadas, fazendo Daniel dar uma risada divertida.

É triste saber que muitos desses idosos tem filhos e netos, mas foram deixados de lado em uma casa de repouso e quase nunca recebem visita da família. Muitos deles foram deixados lá para morrer. E no fim do dia, tudo o que eles querem é carinho e atenção, alguém com quem conversar, dividir momentos, brincar... Eu não entendo como alguns acham que idosos não merecem ser bem tratados como se a idade definisse que eles deixam de ser seres humanos.

Eles são tão carinhosos, atenciosos que eu não pude evitar me apegar a eles e voltar aqui frequentemente.

– Da próxima vez que a Charlie vier, eu volto e continuo a história, certo? – Daniel propõe, seu olhar encontra o meu através do corredor e eu não consigo evitar o sorriso pela alegria que aquele constatação trouxe a todos. Ele provavelmente nem tem ideia de como isso é importante para aquelas pessoas.

– Charlie! É tão bom te ver! – Dora, a diretora do Instituto, me saúda. Seu rosto na casa dos quarenta delata rugas e alguns fios brancos no cabelo não pela idade, mas pela dificuldade que é gerir esse lugar. – Queria conversar com você sobre o Evento de Outono daqui a duas semanas. – Ela diz, me guiando para dentro, o seu escritório.

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