9. Daniel

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Quando Charlie me ligou ontem, pedindo ajuda, eu estranhei

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Quando Charlie me ligou ontem, pedindo ajuda, eu estranhei. Fiquei preocupado. Mas ela disse para levar a minha câmera no dia seguinte, e que iríamos para a casa dela depois da aula.

Por isso, assim que chegamos à sua casa, eu oralizo toda a preocupação que permeou meu cérebro por causa do seu mistério, e pergunto:

– O que aconteceu? – Eu digo, sentando em seu sofá.

Assim que o faço, lembro da nossa discussão e do que isso levou. Lembro do momento que tivemos, e que toda a preocupação com seu pedido de ajuda havia me feito esquecer daquilo. Do nosso quase beijo.

Sinto meu rosto arder só de lembrar aquela vontade repentina que eu senti de beijar Charlie. E de como eu faria isso se um lapso de consciência não tivesse me atingido.

– Daniel?! – Charlie exclama, sentando na mesinha de centro, de frente para mim. Ela me entrega uma garrafa de cerveja.

Já que ela não dá a mínima para o que aconteceu ontem, eu também não vou. Ou pelo menos, fingir que não dou a mínima. Aceito sua cerveja apenas por cortesia, já que eu realmente não quero beber novamente e ficar do jeito que fiquei na última sexta-feira.

– Evan está me chantageando. – Ela dispara, virando a garrafa de cerveja logo em seguida. Eu arregalo os olhos, chocado. Charlie termina a cerveja em um gole e uma gota escorre no seu queixo, mas prontamente usa a manga da sua camisa para secar, furiosa. – Mas aquele filho da puta não vai me ferrar! Eu me recuso a fazer isso! E você vai ser meu cúmplice!

– Ai, meu Deus! Vamos desovar ele? – Pergunto, com medo dos limites de Charlie. Ela para, me encarando inexpressiva. Então ela dá uma gargalhada alta, se dobrando para frente até seus cabelos caírem no rosto.

– Não, Dan! – Ela exclama, por fim. – Como se acaba com uma chantagem?

– Hum... – Eu penso, mas a única opção me parece... – Matando?

– Ai, Daniel... – Ela balança a cabeça em desaprovação. – A gente acaba uma chantagem, acabando com a arma da chantagem.

– Ah... – Confirmo, mas ainda não compreendo onde ela quer chegar. – E qual é a arma da chantagem?

– Alguns nudes. – Assim que ela responde, eu cuspo fora parte da cerveja, no susto.

– Tipo... Fotos nuas? – Eu preciso de uma confirmação, por que me parece loucura.

– É, cara! – Ela responde, não me parece tão preocupada com a chantagem. E o fato de ela estar tão tranquila me deixa assustado. – E agora, eu vou postar fotos nuas, para que as fotos que ele tem não sejam nada demais.

– Não é mais simples a gente, sei lá, roubar o celular dele? – Pergunto.

– Nuvem existe pra isso, Príncipe. Evan é idiota, não burro. – Ela diz como se fosse óbvio. Me incomoda que ela me chame de Príncipe, mas eu não reclamo pois sei que se ela perceber o incômodo, aí mesmo que vai continuar falando.

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