11. Daniel

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Abro os olhos sentindo alguém me chamando

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Abro os olhos sentindo alguém me chamando.

– Daniel! Você ouviu isso? – Abro os olhos atordoado, vendo Charlie ao meu lado, ela parece preocupada. Antes que eu diga que não ouvi nada, um grito se faz presente. E eu reconheço como sendo Theo.

– Theo! – Eu exclamo, levantando em um pulo.

Charlie levanta e nós dois corremos em disparada para o quarto de Theo. Mas ele não está lá, há apenas o rastro na cama bagunçada. Charlie pega um dos tacos de hockey na parede de Theo e corre atrás de mim, escadas abaixo.

Tropeço no pé da escada quando vejo Theo no hall, no colo do meu pai, com a minha mãe ao seu lado. Charlie esbarra atrás de mim, trombando seu corpo no meu e leva nós dois ao chão. Ouço com alívio a risada de Theo.

– O que é isso? – Minha mãe pergunta, encarando nós dois. Charlie vestida com um moletom que parece um vestido e meias, e eu de calça de flanela e sem camisa.

– Droga. – Charlie resmunga enquanto eu a ajudo a levantar.

– Ouvimos os gritos de Theo, achamos que alguma coisa tinha acontecido. – Explico enquanto Charlie coloca metade do seu corpo atrás do meu.

– Por isso o taco de hockey? – Meu pai pergunta, vejo em seu rosto que ele segura o riso, mas aí me lembro que ele não veio para o aniversário de Theo e discutimos feio por telefone ontem.

– O papai e a mamãe vão me levar para comemorar o aniversário de novo! – Theo diz, empolgado. Não consigo me ater ao meu irmão pois meus olhos ainda encaram meu pai.

– Isso é ótimo, Theo! Espero que se divirta. – É Charlie quem responde por mim, pousando uma mão nas minhas costas. Minha mãe não esconde a expressão de desgosto sobre Charlie.

Charlie me puxa de volta escada acima, até entrarmos no meu quarto outra vez. Ela vai direto para o banheiro e sai de lá minutos depois com a cara lavada e o cabelo penteado.

– Usei sua escova, espero que não se importe. – Ela diz, se jogando na cama.

– Eu fiz oral em você, é claro que não me importo. – Dou um sorriso idiota por que é a única reação que eu tenho às minhas próprias palavras. Sinto a vermelhidão voltar ao meu rosto quando ouço a gargalhada de Charlie.

– Quem é você e o que fez com Daniel? – Ela brinca, me deixando ainda mais vermelho.

– Não era pra esse pensamento sair da minha cabeça. – Eu justifico.

Vou ao banheiro e escovo os dentes, me sentindo estranho pela forma que as coisas estão com Charlie. Mas é um estranho bom. Inesperado, mas bom.

Quando ela me beijou ontem, só fez despertar o desejo que me consumiu durante a semana inteira, que eu havia me forçado a esquecer.

E ter o auto controle para não fazer amor ontem mesmo exigiu muito de mim.

Quando saio do banheiro, Charlie está debruçada na cama, mexendo no seu celular. Ela está balançando os pés para cima, cantarolando algo, os lábios cerrados. Seu olhar descontraído e os lábios cerrados são despretensiosamente bonitos.

Como Ser Um BadboyOnde histórias criam vida. Descubra agora