13. Daniel

183 17 7
                                    

Babaca

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Babaca.

É como eu me sinto na manhã seguinte a polêmica festa de Halloween.

Não é preciso ser um gênio para saber que a festa morreu assim que o vídeo aconteceu. E a saída tempestiva de Charlie só fez gerar comentários, bons e ruins.

Penso em ir até a casa dela me desculpar, mas assim que vejo meu celular, há uma mensagem de Leds.

Leds: Dá um tempo para ela. Charlie ainda está de cabeça quente então sugiro que deixe ela se acalmar por um tempo.

Não sei como ele tinha certeza de que ir me desculpar seria a primeira coisa que eu faria, mas de algum jeito ele sabe.

Dedico o final de semana a Theo, vamos ao shopping, à piscina, cozinhamos juntos algumas coisas do seu livro de receitas.

Eventualmente, no fim do dia eu volto a pensar em Charlie. Em sua atitude com Melody, e eu começo à pensar em sua pele morna, nas suas unhas nos meus cabelos, nos seus gemidos contra os meus lábios.

Quando a semana recomeça, estou decidido a me desculpar com Charlie. Estou sentado sobre o capô do carro no estacionamento, esperando Charlie chegar para ser a primeira pessoa a falar com ela.

– Ei, cara. – Ronnie me saúda. Seus olhos estão fundos com olheiras embaixo.

– Você está péssimo. – Constato. – Está tudo bem? Precisa de algo?

– Cara, eu estou passando por algo... Eu nem sei o que dizer. – Ele responde, passando as mãos nos cabelos. Encaro seus olhos azuis que estão marejados e percebo que a situação é mais grave do que eu poderia imaginar.

– Fala comigo, Ronnie. O que eu puder fazer... – Sussurro, o puxando para um abraço. Meu melhor amigo se rende ao choro, arfando ruidosamente enquanto soluça. – Por favor, eu estou preocupado...

– É só... Eu não sei como dizer isso. – Ronnie se afasta, tirando os óculos de grau para secar o rosto.

Encaro meu melhor amigo. Ronnie e eu somos amigos de infância. Ronnie mora na mesma rua que eu, e seu pai sempre foi amigo do meu. Crescemos juntos como irmãos.

Cada plano, cada brincadeira, cada aventura. Sempre que olho para trás, ele estava comigo em todas elas. Ver algo que está errado e não poder fazer nada chega a ser desesperador.

Não posso negar que estávamos afastados desde o verão. O que houve com Melody fez com que eu me isolasse, mal nos falamos durante as férias. E quando voltamos, eu me empenhei em me tornar um Badboy e acabei deixando meu melhor amigo de lado, em um momento que ele claramente precisa de mim.

– Eu não... Não estou pronto. – Ele diz, recolocando os óculos.

– Quer saber, vamos para casa. Tomamos um banho de piscina, você relaxa e não precisa dizer nada se não quiser. É só para desestressar um pouco. Que tal? – Proponho, segurando seus ombros. Ele dá uma risada, ainda com os olhos brilhando de lágrimas.

Como Ser Um BadboyOnde histórias criam vida. Descubra agora