14. Charlie

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– Me conta, como você está filha? – Mamãe me pergunta, do outro lado do vidro

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– Me conta, como você está filha? – Mamãe me pergunta, do outro lado do vidro.

Como eu estou? Não sei. Tenho me empenhado nos trabalhos da Universidade e revisando todo o inquérito da minha mãe, e procurando e confirmando provas que ajudem no julgamento da condicional da minha mãe que vai ser em três semanas. Pouco antes do recesso de Inverno.

Professor Hartz não deu sinal de vida, nem me disse se vai ou não aceitar o caso e me ajudar. Mesmo que ele não queira advogar para a minha mãe, que pelo menos me desse alguma dica para que eu pudesse ajudá-la. Eu não tenho dinheiro para pagar pelo trabalho dele, nem qualquer outro advogado. Eu teria que me virar para ajudar a minha mãe.

– Eu estou bem. – Sorri, como sempre empurrando os problemas para longe quando perto dela.

– Tem certeza? Não teve nenhuma recaída da gripe do início do mês? – Ela diz, seus olhos demonstrando toda a preocupação que ela sente.

Eu não contei que fui parar no hospital há três semanas atrás. Nem do ferimento infeccionado, nem que eu estava com leve desnutrição, tampouco os motivos que me levaram àquele ferimento. Então eu disse que estava gripada.

– Não, eu estou bem. E você? – Pergunto, tocando o vidro.

– Como sempre. – Ela suspira, não parece querer falar sobre as coisas lá dentro, ela quase nunca fala sobre. – E o seu professor, ele aceitou?

– Ele ainda não me deu uma resposta. Eu não cobrei pois não quero pressioná-lo. – Eu conto, vendo o sorriso da minha mãe diminuir, partindo meu coração.

– Tudo bem se não conseguir. – Ela sussurra, parece que está se rendendo à derrota.

– Eu vou conseguir, mãe. Eu já prometi, e vou cumprir. – Sorrio, mudando de assunto e falando sobre a Universidade.

Assim que chego em casa, passo na caixa de correio, pegando algumas cartas. Quando vou em direção à porta, sou parada por Sr. Robert.

– Charlie, você precisa pagar o aluguel pendente.

– Eu sei, e vou dar um jeito logo, eu prometo. – Digo, sentindo meu peito apertar.

– Se você não pagar em uma semana, receberá a ordem de despejo. Eu queria poder fazer algo, mas é uma questão contratual. – Ele diz, com pesar. – Eu sinto muito.

– Eu sei, e vou pagar. – Garanto, tentando não me desesperar.

– Me desculpe, filha. – Ele balança negativamente a cabeça, se afastando.

Sinto meus ombros caírem quando entro em casa. Volto a olhar as contas, e vejo uma carta. Do tribunal de justiça.

Abro com as mãos trêmulas e vejo que é um aviso de adiamento do Julgamento da minha mãe, já é o segundo adiamento. Sinto as lágrimas na garganta, conforme leio que a nova data foi adiada para mais de um mês.

Como Ser Um BadboyOnde histórias criam vida. Descubra agora