8. Charlie

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– Que porra foi essa? – Eu grito, enquanto nossos amigos se afastam sorrateiramente

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– Que porra foi essa? – Eu grito, enquanto nossos amigos se afastam sorrateiramente.

Daniel só se dá conta da estupidez que fez ao se passar por meu namorado quando meu peito está inflado de ódio e eu posso pular em seu pescoço a qualquer instante.

– Charlie... Eu... Eu... – Ele gagueja, me deixando ainda mais fora de mim. – Eu quis ajudar!

– Ajudar? Que merda, Daniel, já passou pela sua cabeça que eu não preciso de homem nenhum?! – Eu berro. – Que ideia absurda é essa que vocês homens tem que nós, mulheres, só somos felizes se tiver um homem no meio?!

Mais um dia, mais um homem agindo como um idiota misógino sem nem ao menos perceber. Tento me acalmar, pois sei que muitas vezes homens(e até mulheres) são criados para pensar assim, e sei que é um longo caminho até conseguir mostrar para um homem que nem toda mulher nasceu para servir. Que nem toda mulher precisa de um homem para se sentir bem, ser bem sucedida e satisfeita com a própria vida.

– Me desculpe, Charlie! Eu não pensei direito, só achei que ele estava sendo um idiota e acabei agindo impulsivamente. – Ele tenta justificar.

– E acabou agindo como um babaca, exatamente igual a ele. – Eu inspiro fundo, tentando me acalmar. – Cuidado para não agir como um machista. Eu sei que na maioria das vezes homens, principalmente privilegiados como você, vivem dentro dessa bolha sem nem perceber.

– Eu não quero ser um babaca machista. – Ele diz. – E sempre que você achar que eu estou sendo um, por favor, me avise. Seja um grito, um puxão de orelha ou o que for.

Dou um suspiro, mais calma. Passo as mãos nos cabelos e começo a me afastar.

– Preciso ir agora, mas nos vemos depois, pode ser? – Eu aceno, indo em direção à minha moto.

– Charlie, você vai ficar chateada comigo? – Daniel aumenta a voz para que eu ouça.

– Não, Príncipe. – Eu ergo as mãos, mostrando que não estou mais tão furiosa.

Subo na moto e coloco o capacete, arrancando para longe.

A Universidade de Kingsland fica praticamente no Centro do mapa da cidade, cercado pelo centro comercial. De um lado ficava o bairro nobre, onde Daniel mora e do outro fica o subúrbio, onde eu moro. No entanto, os bairros são razoavelmente perto do centro.

Mais distante do Centro, quase nos limites da cidade, se localiza a Penitenciária de Kingsland. Um prédio razoavelmente pequeno, já que os números de crimes em Kingsland, assim como em Ontário e em todo o Canadá, são pequenos.

Paro a minha moto no estacionamento e me encaminho para dentro do prédio. Dez anos fazendo o mesmo caminho, toda semana. Os funcionários e carcereiros já até me conhecem e cumprimentam sempre que venho.

Nos dias de semana a visita é limitada por um vidro blindado, e apenas nos fins de semana é possível ter contato direto com a pessoa que está lá dentro.

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