Mudo de canal sem nenhum propósito específico, passando por reality shows, séries, desenhos e canais musicais, sentindo vontade de nada daquilo.
Theo já dorme pesadamente ao meu lado, estávamos assistindo a um filme de herói bastante antigo, mas o meu irmão dormiu antes mesmo da metade.
Estou quase pegando no sono quando meu celular vibra no meu peito. Encaro o contato de Leds sem entender por quê a ligação. O melhor amigo de Charlie é o tipo de pessoa que responde chamadas com mensagens pois ele não gosta de ligações.
– Leds? – Atendo, inevitavelmente preocupado. Levanto e me afasto da cama para não acordar Theo sem querer.
– Dan, está ocupado?
– Não, o que houve? Precisa de ajuda? – Indago, não conseguindo captar seu tom.
– Eu não, mas a Charlie sim. Pode vir me encontrar na casa dela? – Ele dispara. Ouço um baque surdo, e Leds resmunga. – ¡Casi me roto qué mierda!
– Leds, está bem?
– Desculpe, bati o dedo no canto da mesa.
– Estou a caminho.
Desligo e coloco o celular no bolso. Com cuidado, pego Theo no colo e o levo para o seu quarto. Troco de roupa, colocando um casaco de couro e calço coturnos.
Dirijo levemente acima da velocidade permitida e só posso torcer para não ganhar uma multa. Não me permito passar muito tempo pensando o que pode ter acontecido, já que me conhecendo como conheço, sei que remoer possibilidades me leva à surtos.
Quando chego à casa de Charlie, Leds está me esperando na frente da casa. Ele corre para o carro, e senta no banco do passageiro.
– O que aconteceu? – Pergunto, assim que ele coloca o cinto.
– Dirija para o Campus. – Ele diz, e eu obedeço. Ele mexe em seu celular, levando ao ouvido. – Merda, Charlie! Me atende!
– Leds, me diz o que está havendo! – Eu digo, tirando os olhos da estrada por um instante.
Nesse momento, o carro invade a calçada, que por sorte está vazia, fazendo Leds e eu chacoalharmos dentro do veículo. O loiro berra alguns palavrões e seu celular cai no chão do carro, em baixo do banco.
– Leds!
– A Charlie foi para o Matadouro. – Ele diz, em um misto de preocupação e impaciência. Ele pega seu celular e tenta outra vez. – Charlie, se você não me atender, eu não respondo por mim!
– O que é o Matadouro? – Eu pergunto, meu pé afundado no acelerador.
– Vire à direita! – Ele berra quando estamos quase passando a rua. Puxo o volante com força, nos jogando de um lado para o outro dentro do carro. – Naquele beco!
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Como Ser Um Badboy
RomanceDaniel foi humilhado pela garota que ama na frente de toda a Universidade. Quando o semestre seguinte começa, ele precisa encarar novamente todos aqueles que riram dele. Acostumado a ser o nerd deslocado e invisível, precisa arrumar um método de lid...