— Mas você come aquelas comidas esquisitas? — Volt fez um gesto desengonçado com as mãos, soando mais curioso do que afetado.
Tina cerrou os olhos para o gigante sentado à sua frente e o encarou, procurando por algum traço de escárnio em sua expressão serelepe. Não encontrou. Ele sustentou o olhar, ansioso pela resposta.
— Sim. — ela confirmou em tom casual, dando de ombros e voltando sua atenção para o desenho inacabado que tinha em mãos. — Meu pai caça escorpiões e gafanhotos no parque toda manhã para a mamãe fritar.
— Sério, cara? — ele inclinou seu corpo gigantesco na direção dela, com um entusiasmo que fez seus olhos azuis cintilarem como os de uma criança na noite de natal.
Ela voltou seus olhos puxadinhos para ele, rolando-os logo em seguida.
— Claro que não, Volt. — bufou, rabiscando o grafite contra o papel com mais força.
— Na verdade, é mais provável que Katrina e Alexander tenham comido mais coisas desagradáveis durante suas formações na Academia do que Tina em toda sua vida. — Sophia interviu, sem sequer erguer a cabeça do papel que tinha em mãos.
O físico voltou sua atenção para as anotações que a cientista fazia, bisbilhotando-a enquanto a mesma complementava seu fluxograma do caso.
— Cara, é verdade... eu já vi num filme de ninjas que eles fazem essas coisas... se enfiam no mato... bebem sangue de cobra...
— Onde estão eles, por sinal? — a ruiva checou o relógio.
— Não sei, — deu de ombros — acho que faz parte da filosofia ninja não se...
Sophia parou por um momento de escrever e franziu o cenho para a fala do rapaz. Quando finalmente entendeu a confusão que ele havia feito, respirou fundo, tentando retomar sua paciência.
— Ela está se referindo ao senhor Haupttman e à senhorita Salazar. — a voz de Linux se fez presente, apesar do técnico não desviar os olhos do notebook por um segundo sequer.
— Ah, claro, Alexander e Katrina...
— Eles já foram liberados do hospital. — informou Angeline, enquanto dava uma última olhada nos relatórios — O governo tem pressa com esse caso, eles vão estar aqui em alguns segundos.
No momento seguinte, a porta se abriu e deu visão à uma Katrina tempestuosa entrando na sala de reuniões. Ela parecia mais cansada aquele dia: apesar do conjunto de terninho estar em perfeita sintonia com saltos de marca, algo nela gritava caos e agitação. Angeline não sabia dizer se era por conta do tsunami de informações que o novo caso trazia à tona ou da maneira pela qual a presença de Alexander, que entrou logo atrás dela, ainda a afetava. Ambos cumprimentaram a equipe rapidamente e se sentaram na mesa, mantendo suas posições originais.
— Kat... você está bem?
Todos os presentes se viraram para Katrina, que fora pega de surpresa. Seguramente, preferiria ter uma Glock apontada para sua testa a ter os olhos melindrosos e aconchegantes de Angeline sobre si, fitando-a com preocupação. Ela queria que a morena dissertasse sobre o que a afligia, mas, para Katrina, isso estava fora de cogitação.
— Bem o suficiente. — seu tom seco fez Angeline hesitar. Tinha certeza de que Katrina precisava de mais ajuda do que era capaz de dizer.
— Angeline, por favor. — ela foi firme, e a assessora aceitou sua imposição com certa relutância. Conhecia Katrina o bastante para saber que seria perda de tempo bancar a amiga zelosa. Suspirou, dando início à reunião.
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E N I G M A
Mystery / ThrillerA respeitada agente do FBI, Katrina Salazar, fica desnorteada ao encontrar em uma exótica cena do crime a mesma assinatura deixada por sua mãe na noite em que a mulher foi morta. Perplexa, a policial verifica que as misteriosas iniciais são, na verd...