[SETH CLEARWATER]
O relógio em meu pulso marcava 4:09 PM. Eu andava rápido pelos galhos e árvores da pequena extensão de floresta que levava para o penhasco de La Push, Dakota tentava me acompanhar a passos lentos. Insisti para que ela ficasse, disse que eu daria um jeito na bagunça que ela fizera, mas foi em vão. A garota não me escutava, era teimosa e confiante demais para me dar ouvidos.
Ela me contou tudo. Exatamente tudo.
Foi logo após limparmos o sangue do chão de sua sala de estar. Dakota se sentou no piso de madeira, meio entristecida e disse, sem manter contato visual:
"Sou isso que está vendo, Seth. Eu sou um monstro."
Aquelas palavras não me afetariam se não fossem tão familiares. Eu, um lobisomem, a personificação da perversidade entendia muito bem quão infeliz é se considerar um monstro. No entanto, na minha cabeça, naquele momento, Dakota tinha apenas agido em legítima defesa, em uma situação que poderia acontecer com qualquer um, então foi aí que ela me chocou com outras declarações.
Acreditar que aquela menina, de quinze anos, havia sido criada para virar uma assassina de aluguel me deixou irritado e, aliviado por ela ter matado uma das pessoas que a prendia naquela maldita fábrica, porque, com certeza, se ela não o fizesse, eu o mataria com minhas próprias mãos.
Escutei toda a história, prestando atenção em cada detalhe e, me perguntava a toda hora o porquê da ficha que Edward me mandara sobre a vida de Dakota não falava nada sobre o que ela dizia. Era de se esperar que uma organização como Western, Inc. fosse sigilosa ao extremo e burlasse dados de suas experiências, para que ninguém do governo desconfiasse de suas ações.
Fui tomado pelo ódio ao ver que a pessoa mais importante da minha vida havia passado por coisas violentas desde que nasceu. A parte de mim que se mantia distante, agora não existia mais. Eu precisava proteger Dakota com unhas e dentes e, proporcionar a ela uma vida de verdade. Era meu dever mostrá-la o lado bom do mundo e fazê-la esquecer que algum dia foi alvo de experiências traumáticas.
Decidi que era melhor tirar o corpo de Hunt da reserva. E, era por isso que Dakota e eu estávamos indo em direção a La Push. Nao era hora de envolver a garota na bagunça da matilha. Eles não respeitavam pessoas que matavam humanos; as desprezavam e, saber que minha família não iria acolher meu imprinting era pior do que desenterrar um cadáver.
Estava chovendo bastante naquela tarde. Motivo pelo qual insisti que Dakota ficasse em casa esperando Emma chegar da creche. Como havia dito, ela não ligou e, agora, batia os dentes e se tremia de frio atrás de mim, mesmo vestida com a minha camiseta.
Revirei os olhos.
"Você vai pegar um resfriado. Volte para o carro, Dakota."
"Cale a boca. Já estamos chegando, eu estou perfeitamente bem." Ela disse tirando os pingos de água de seus olhos.
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Imprinting
FanfictionCom as malas prontas e o coração frio como pedra, Dakota, se muda para Forks, junto de sua família, na tentativa de mudar seu passado traumático e sombrio. Na pacata cidade, composta por poucos habitantes, a britânica encontra desafios que afetam s...