No meio do nada

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[DAKOTA CONTTI]

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[DAKOTA CONTTI]

O forte vento gelado que vinha externamente, me fizera ter um ataque de espirros assim que bateu contra meu rosto com violência. Empurrei a janela com certa brutalidade, numa tentativa falha de fechá-la. E, me rendendo ao fracasso, puxei minha bolsa para cima do colo, afastando minimamente a sensação de que pegaria um resfriado a qualquer momento. De alguma maneira, a voz de Seth apareceu em minha mente, brigando comigo por eu ter esquecido de pegar meu casaco e, ri baixinho pensando em como eu sempre estava errada quanto ao tempo imprevisível daquela cidade.

Deitei a cabeça sobre o vidro da janela que, agora, ganhava pingos delgados da chuva tímida daquela manhã de terça-feira. Meu corpo oscilava dentro do ônibus, me impedindo de tirar uma soneca, a qual Hanna havia conseguido perfeitamente ao meu lado - eu podia ver a saliva cintilante escorrer de sua boca entreaberta. Aquilo era, sem sombra de dúvidas, culpa dela mesma, que nos obrigara a ficar mais da metade da madrugada acordadas jogando Monopoly e pintando as unhas.

No mesmo instante em que o ônibus amarelo estacionou em frente à escola, cutuquei minha amiga, a despertando de seu sono, vendo os outros estudantes se dirigirem até a saída.

"Nós chegamos." Avisei passando minha mochila pelos braços.

"Não..." Hanna murmurou ainda de olhos fechados.

"Ela está brincando, não é?" May disse impaciente atrás de mim, ao tempo em que se levantava para descer do veículo. "Hanna, levanta."

"Me deixa dormir. Mas que droga." A loira balbuciou se espremendo contra o banco, procurando uma posição confortável.

"Não!" Falei me levantando num rompante. Dei dois passos até o estreito corredor de metal e puxei os braços de Hanna para frente, obrigando-a a se levantar. "Você nos forçou a jogar aquele maldito jogo a noite inteira. Se conseguimos entrar nessa maldita escola pra estudar, você também consegue. Anda!"

Ela pareceu xingar algo que não pude entender e, logo seguiu seu caminho para fora do ônibus, tendo May em seu encalço. Firmei minha mochila novamente contra minhas costas e, fui de encontro à saída - encarando o chão sujo de pegadas de lama. Desci os quatro degraus devagar dando adeus ao motorista, me deparando com minha pessoa preferida, a qual me esperava com um sorriso carismático do outro lado do estacionamento.

Abri meu melhor sorriso automaticamente, sentindo meu coração pulsar em completa felicidade. Apertei o passo, vendo Seth abrir seus braços na minha direção, para que eu pudesse me enterrar em seu peito e, assim o fiz, seguindo o script impecavelmente. Deixei que o calor de seu aperto percorresse meu corpo, antes prestes a congelar, enquanto ele pousava o queixo sobre minha cabeça, preparando-se para se queixar de alguma coisa. Não era nem preciso ler sua mente para saber.

"Sim, eu esqueci meu casaco. Não, eu não vou pegar um resfriado." Falei rápido, me soltando de seus braços.

"Eu não ia dizer isso...Mas pensando bem." Ele fez uma pausa dramática, me fitando com desaprovação.

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