Romeu e Julieta

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[DAKOTA CONTTI]

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[DAKOTA CONTTI]

Meus olhos se abriram num rompante por conta de um pesadelo. Trêmula e ofegante, fiquei deitada em minha cama quente por longos minutos, tentando me livrar das imagens de minha mente. O céu que via pela janela se acizentava, assumindo um tom rosa pálido.

Esperei meu coração desacelerar, voltando plenamente à realidade de meu novo quarto. Suas cortinas oscilavam para frente, por conta do vento e, me levantei preguiçosa, indo em direção à sacada.

Senti a brisa fria envolver meu corpo, vestido apenas por uma camisola de seda, que eu havia encontrado perdida no closet abarrotado de roupas que Vincent comprara para que eu as usasse. Me abracei por um momento, respirando bem fundo ao lembrar que meu pesadelo era de longe tão ruim quanto o que estava vivendo naquele momento.

Quando estava prestes a retornar para minha cama, pensei ouvir algo se mexer entre os arbustos do quintal abaixo de minha visão limitada. Ainda de rabo de olho, pude observar alguns galhos serem arrancados com brutalidade e, demorei um tempo para decidir tomar ciência do que estava acontecendo. Por fim, esquivei meu corpo para fora, espremendo os olhos, quando a silhueta de um homem tomou forma sob a luz fraca da madrugada.

"Dakota!" A voz incomparável de Seth me chamou, no instante em que o avistei. Seu peito despido subia e descia com vivacidade. Parecia ter corrido uma maratona.

Me atentei logo ao quarto ao lado, ouvindo a mente de Vincent, ainda em seu sono profundo.

"Não grita" Sussurrei em um pedido desesperado.

"O que está fazendo aí? O que aconteceu? Por que não atendeu minhas ligações? Por que não voltou para casa?" Ele mal respirava ao lançar suas indagações, franzindo o cenho esperando que eu as respondesse.

"É uma longa história." Reclamei passando a mão pela nuca. Com que coragem eu contaria a Seth que não poderia mais vê-lo ou Vincent o mataria?

"Não me importo. Sabe como me deixou preocupado droga? Não conseguia encontrar seu cheiro, seus batimentos, nada." Ele bufou furioso. "Pensei que tivesse acontecido algo com você. Pensei que..."

Houve uma pausa. O garoto fitava o chão para afugentar sua raiva ou, as lágrimas que ele insistia em não deixar cair.

"Tem como você subir?" Indaguei quase inaudível, sabendo que ele ainda conseguia me escutar.

Seth afirmou com a cabeça, gesticulando para eu me afastar da varanda e, assim o fiz, escutando o som de algo se agarrar com força contra a parede. Gradativamente o ruído se elevou, até que o corpo seminu de Clearwater passou pela porta, parando a centímetros do meu.

Sustentamos nossos olhares por segundos intermináveis, sem dizer uma palavra sequer. Eu sentia o calor de seu corpo me envolver por inteiro, mesmo sem, de fato, sua pele tocar a minha. Concentrei-me na respiração ofegante de Seth, contando cada movimento dos pulmões, assim que observei sua mão subir lentamente até meu rosto.

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