Adagas chinesas

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[DAKOTA CONTTI]

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[DAKOTA CONTTI]

Quatro dias haviam se passado. Eu não me lembrava mais como era a sensação de uma noite de sono, pois meus olhos mantinham-se em alerta constante. Cada passo, movimento ou ação de Vincent eram monitorados por minha mente turbulenta e inquieta. Eu pensava o tempo todo. Me preocupava bastante. Não havia um segundo sequer que as vozes de minha cabeça se mantinham silenciadas e tranquilas - era como estar em perigo, sem de fato estar.

"Repelente" Vincent exclamou segurando uma garrafa de quase um litro e meio nas mãos.

Era uma sexta-feira à tarde. Véspera do jogo com os Chino Hills, em Portland, e eu estava recebendo uma pequena ajuda para preparar a mala - já que essa simples tarefa era sempre um martírio para mim. Como a escola anfitriã ficava há algumas horas de Forks, o time e as animadoras iriam ficar hospedados em um hotel, chamado Rising Sun, no centro da cidade e, a menos de 1km de Portland High.

"Não vamos acampar. Tenho certeza que não vou precisar disso." Falei sem ânimo, enfiando várias camisetas dentro da grande mala turquesa.

"Hm" Vincent virou seu corpo em 180° checando algo entre a bagunça de meu quarto, com uma sobrancelha arqueada. "E lanternas? Pode precisar de lanternas." Ele disse puxando o objeto debaixo da cama.

"Não!" Revirei os olhos, bufando. "Qual a parte do 'não vamos acampar' que ainda não entendeu? São só duas noites em um hotel." Dobrei duas calças jeans e alguns vestidos floridos, logo os colocando dentro da mala.

"Espere." O homem parou como se estivesse pensando no que faltava antes de sumir porta a fora.

Levei meu olhar para a sacada imediatamente, vendo o grande lobo cor de areia deitado sobre a grama de meu jardim. Dei um leve sorriso, que logo se desfez quando percebi o esforço desnecessário que meu namorado estava fazendo para me manter protegida - porque apesar das diversas vezes em que expliquei de forma sucinta e didática que eu poderia me virar sozinha, ele decidiu não ouvir. Seth havia desistido do emprego na livraria, para ter total controle da casa. Havia criado uma tática para que Vincent não notasse sua presença, sempre se escondendo entre árvores e arbustos, para não chamar atenção, sem nunca tirar seus olhos de mim.

Eu não me sentia protegida de forma alguma. Me sentia monitorada. Sem liberdade. Presa em algo que eu não tinha escolha, senão aceitar de bom grado.

"Dakota, eu ia esperar seu aniversário para lhe entregar isto, mas faltam alguns meses, então" Vincent disse enquanto adentrava o quarto com uma maleta de couro puro nas mãos. Ele posicionou o objeto sobre minha cama e, me afastei imediatamente, meio receosa.

'Clic'

A maleta foi aberta, deixando-se revelar uma coleção extraordinária de facas. Facas? Pontudas e afiadas, prestes a rasgarem qualquer um, sem muito esforço.

Arregalei os olhos, pousando a mão sob o peito, numa tentativa idiota de fazer meu coração parar de bater tão rápido, pois Seth poderia ouvir e, pior, sentir o cheiro de meu medo exalando forte. E, em menos de trinta segundos arrancaria a cabeça de Vincent com todo prazer.

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