Faça as malas

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[SETH CLEARWATER]

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[SETH CLEARWATER]

Consegui captar os primeiros flocos de neve, quando estes caíram sobre o gramado de meu quintal, dividindo a atenção entre a relva e a garota que dormia tranquilamente em minha cama. Escorado sobre a grande janela de madeira maciça, fui capaz de observar do lado de fora meus irmãos caminhando em sincronia em meio à toda escuridão da madrugada que se abria sombriamente para eles.

Na tarde anterior Sam Uley viera contestar minha ausência em grande parte das rondas da semana que se passara. A resposta estava diante de seus olhos e, não precisei explicar muita coisa. Eu era leigo ao se tratar de meu imprinting e todo sentimento que me prendia quase religiosamente aquela garota. Ela precisava de mim mais do que meus irmãos. E era óbvio que Sam não iria aceitar de bom grato o meu distanciamento até resolver minhas pendências psicológicas. Ele estava furioso com meu comportamento, porém parte dele entendia que eu precisava de um tempo.

Voltei a atenção para dentro de meu quarto, fechando delicadamente a cortina azul turquesa. Azul de fato não era minha cor preferida, mas minha mãe era a encarregada de decidir a decoração da casa inteira e, eu não tinha o direito de contestar. Sue voltaria de seu plantão naquela manhã e, eu estava ansioso pelo sermão que ela me daria por agregar uma adolescente na casa, sem sua permissão e na ausência de um adulto. Pensei muitas vezes em ligar, mas já era tarde demais para dar explicações.

Andei a passos calculados até o canto esquerdo de minha cama, fitando o rosto sereno de Dakota. Vendo-a dormir daquela forma, era até possível esquecer como aquele ser humano tinha potencial para tirar qualquer um do sério. Ela conseguia qualquer coisa que pedisse para mim, sem de fato pedir. Eu precisava urgentemente parar de ser tão acessível a ela. Mas como?

Dedilhei a ponta de seu queixo por breves segundos, me afastando rapidamente quando a vi se mexer sobre o leito.

Deixei, por fim, que meu corpo se enterrasse no colchão inflável, posicionado no chão próximo à cabeceira da cama. Não fechei meus olhos no mesmo instante, sendo tomado por uma enxurrada de questões inadiáveis.

Eu acabara de envolver Dakota em algo que vinha evitando há meses. Contar para ela sobre minha vida paranormal implicava em coisas como os malditos vampiros. E, apesar de ser apegado à família Cullen, a ideia de meu imprinting ter algum contato com eles me causava arrepios. Nada naquela família era seguro. Dakota jamais os conheceria sob meus cuidados. Já não bastava ela andar comigo e, consequentemente, com uma alcateia inteira - o que de algum jeito também não a traria segurança em certas ocasiões - ela não precisava de chupadores de sangue na sua cola.

Não percebi quando minha mente se acalmou. Tudo ficou preto de repente, e fui tomado por um sono profundo por conta do cansaço, só despertando na manhã seguinte com o alarme de meu celular.

Procurei assustado pelo aparelho, cambaleando entre a bagunça de meu quarto. Senti meu joelho bater bruscamente contra a cabeceira da cama e arregalei os olhos ao ver o corpo de Dakota se mexer para o lado com o impacto. Ela pareceu não acordar, visto que ainda abraçava o travesseiro tranquilamente, mantendo a respiração calma e fraca.

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