[SETH CLEARWATER]
"Doutor Jackson, sala de emergência. Doutor Jackson, sala de emergência."
"...As autoridades já estão de prontidão para resolver este impasse. Agora, vamos às notícias sobre o clima da semana..."
"Eu não consigo entender. Ontem ele estava tão bem. Como assim meu pai morreu por causa de um maldito soluço?"
"...E infelizmente não conseguimos salvar sua esposa. Fizemos tudo o que podíamos, mas os ferimentos..."
"Doutora Smith, sala do chefe de cirurgia. Doutora Smith, sala do chefe de cirurgia."
"Seth. Filho. Seth. Ei. Ei." Senti mãos sacudirem meu corpo com força, à medida que eu voltava de meus devaneios. "O que está fazendo aqui? Está se sentindo mal?" Era minha mãe. Ela passava a mão por minha testa, com o semblante totalmente preocupado, checando meu estado. Estava há tanto tempo sentando naquela poltrona, na sala de espera, que possivelmente havia pegado uma virose.
"Odeio hospitais." Reclamei passando a mão pelo rosto, numa tentativa frustada de esvair o cansaço. "Dakota me obrigou a vir." Deixei bem claro.
"Ela veio visitar a amiga?" Sue se sentou ao meu lado, de repente interessada.
"Sim. Eu não queria vir. Como consegue ficar o dia todo nesse ambiente depreciativo? São pessoas tristes, desesperadas, com dor, sem esperança. É péssimo." Eu cochichei, me certificando que o homem ao lado - o qual acabara de receber a notícia que a esposa faleceu - não podia me ouvir. "Estou até com medo de algum médico vir me dar a notícia de que algo aconteceu com Dakota."
"Para de ser dramático." Minha mãe deixou escapar uma risada. "A essência do hospital não é essa que descreveu. Tudo aqui foi feito para salvar vidas. Às vezes, chega a hora das pessoas e os deuses chamam suas almas, é o ciclo da vida. Não quer dizer que a culpa é do hospital, seu bobo." Ela passou a mão por meu cabelo o bagunçando. "Diz para Dakota que tenho um presente para ela. Vou entregar mais tarde."
"Posso saber que presente é esse?" Perguntei visivelmente intrigado.
"Não, não pode." Sue depositou um beijo em minha bochecha e correu para sala 103, onde cuidava de um paciente idoso - pelo o pouco que pude ver em meio às persianas abertas do quarto.
Ver minha mãe fazendo amizade com Dakota, era quase impossível de acreditar ao lembrar do dia em que contei para ela a notícia mais difícil de minha vida. A sensação era que eu estava dizendo que seria pai na adolescência ou pior.
***
"...Mas me explica isso direito, Seth. Como assim a mãe dela desapareceu e não levou ela? Isso não faz nenhum sentido." Sue andava de um lado para o outro, quase criando uma cratera debaixo de seus pés descalços.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Imprinting
FanfictionCom as malas prontas e o coração frio como pedra, Dakota, se muda para Forks, junto de sua família, na tentativa de mudar seu passado traumático e sombrio. Na pacata cidade, composta por poucos habitantes, a britânica encontra desafios que afetam s...