- Elena Mosdrick Dalylova, aceita Rico Tuniê Salvatore como seu legítimo esposo?
- Aceito. - Elena disse, incerta.
- Rico Tuniê Salvatore, aceita Elena Mosdrick Dalylova como sua legítima esposa?
- Sim. - Rico foi frio na resposta. Não queria estar ali. O seu carregamento estava acontecendo naquele instante e ele estava a participar de um casamento.
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Hoje Rico e Elena completam uma semana de casados. Felizes não era a palavra certa. Talvez suportáveis. Não tiveram lua de mel, Rico estava em uma semana agitada, então prometeram viajar em outra oportunidade.
Rico e Elena são de famílias unidas pela máfia e extremamente ricas. Cresceram nesse meio, por isso a escolha foi tão certa para o casório. Não haveriam motivos casar-se com alguém que não entendia seus negócios, pensara Rico, assim que fora convidado pelo seu atual sogro, para casar-se com sua única filha. Elena não protestara, estava feliz com a escolha do seu pai. Rico sempre fora obra prima aos seus olhos, então não seria problema ostentar um marido bonito por onde andar.
Rico era o chefe de uma parte da máfia, enquanto Marco, pai de Elena, era o chefe do outro lado. Os dois juntos formavam uma bela dupla e diria até imbatível. Rico, apesar de está com seus 31 anos, era bem experiente e competente no que fazia. Já Marco, exalava experiência com os seus quase sessenta anos e assim que se aposentasse, poderia passar tudo para Elena, que demonstrara interesse pelos negócios de seu pai, diferente de Amélia, sua mãe, que nunca fora totalmente a favor, mas casou-se por amor e suportaria tudo para continuar junto à sua família.
- Bom dia, Elena. - Leda, a empregada da casa, disse.
- Bom dia, Leda. Onde está o meu marido? - Elena pergunta. Acabara de acordar e não encontrara Rico ao seu lado.
Apesar de não consagrar em carne o casamento, dormiam juntos. Precisavam estabelecer essa intimidade. Rico, além de mafioso, era excelente no ramo empresarial e sua imagem precisava ser preservada. Diferente de alguns mafiosos, ele sempre pensara em ter uma família. Sabia que era a base de tudo, pois sempre fora criado com esse pensamento, por isso, sabia como tratar uma mulher a altura, um fato que também o faz diferente, visto que a maioria tratam suas esposas como cadelas. Contanto que não o tirem do sério, Rico pode ser a melhor pessoa.
- Está na academia, senhora. Vou chamá-lo.
Antes que Leda se desse o trabalho de chamar o homem, ele aparece por a porta secando o suor com uma toalha. Elena nunca escondera a admiração que tem por Rico, o que faz o homem temer ao apego de sua esposa. Não à ama, apenas a acha ideal para concluir seus objetivos: casar e ter filhos.
- Bom dia, Elena. A minha procura?
- Bom dia, marido. Oh, sim. Papai ligou e pediu para que retornasse a ligação... parecia ser urgente.
Rico olha seu celular e vê as chamadas perdidas. Não havia visto. Costuma malhar com som alto, então é em vão querer falar com ele antes das sete da manhã. Discou o número do seu sogro e saiu da cozinha, afim de privacidade para conversar sobre qual fosse o assunto.
Elena tomou o seu café, enquanto conversava com Leda, que tirava dúvidas sobre quais refeições seriam feitas, quais pratos desejava e todas as baboseiras que Elena não era acostumada a fazer, mas sabia lidar, pois sempre vira sua mãe. As mulheres da máfia, após o casamento, vivem para a casa, então Elena nunca teve pensamento diferente desse e Rico agradecia. Não era machismo, era cuidado. Não era seguro andarem sem seguranças ou viverem em locais públicos sozinhas, por isso Elena apreciava ler, escrever, pintar e dançar... eram seus afazeres do dia.
Assim que Rico voltara da ligação, se juntou a sua esposa e terminaram o café da manhã. Tinha uma reunião marcada às nove e como sempre fora pontual, aquele dia não podia ser diferente. Assim que Elena chegara ao quarto, Rico olhava suas gravatas, com dúvida de qual usar. Sempre muito vaidoso, não gostava de sair de qualquer maneira.
- A azul cai bem com essa camisa. - avaliou o homem, que vestia uma camisa branca como algodão.
Rico se assustou com a voz feminina. Sorriu e pegou a gravata indicada por a esposa. Ainda não haviam brigado e Rico tinha certeza que havia feito um ótimo negócio com esse casamento. Compreensiva e companheira, Elena era o desejo de qualquer homem da máfia. Não só por sua beleza, mas por sempre sera criada pra isso.
Mas quando se fala em beleza, impossível não admirar a de Elena. Seus cabelos morenos médios contrastam bem com sua pele clara e seus olhos castanhos. Não é magra como modelos de passarelas, tem uma magreza escultural e bela. Palavras de Rico, assim que a vira pela primeira vez.
- O assunto era importante? - relembra a ligação de mais cedo.
- Não. Apenas seu pai avisando que estava chegando de viagem e que tinha terminado tudo bem com a negociação.
Elena se sentou à cama e ficou observando seu marido terminar de se arrumar. Aquele dia sua mãe e sogra iria visitá-la, então sabia que o dia seria cheio. As duas juntas só resultava em uma coisa: muita conversa e dicas de como levar um casamento adiante.
- Mamãe e Carmen estão vindo hoje a tarde.
- Preparada pra receber as duas de uma vez? - Sorriu, enquanto colocava o paletó.
- Nem um pouco.
- Se sairá bem. - Andou até Elena e depositou um beijo em sua testa. - Estou de saída. Ramiro estará a sua disposição durante todo o dia, mas comunique-me se for sair. Gosto de ser informado.
Já haviam estabelecido todas as regras antes do casamento, mas nunca era demais reforçá-las. Rico saiu por a porta e sua mulher jogou o corpo na cama. Ainda eram oito da manhã, então teria tempo para terminar mais um capítulo do seu livro. Desceu as escadas e lembrou-se do escritório de seu marido. Um lugar tão belo como aquele, com certeza a inspiraria para continuar escrevendo.
Sentou-se na cadeira de coro, abriu seu notebook e passou os dedos sob as teclas, sem muito saber o que escrever, mas tendo em mente que não deixaria sua personagem na mão. Elena era romântica e não escrevia menos que romance. A história da vez era sobre uma transformação de amizade em amor. Ela ainda não sabia como terminar a história... talvez escrevesse que foi apenas uma confusão da mente e que os dois deveriam terminar amigos, ou... o último capítulo poderia ser o típico felizes para sempre.
Ela queria ser feliz para sempre. Rico não era o amor da sua vida, mas foi alguém com quem escolhera partilhar ela. Então iria se adaptar ao que a vida lhe deu e fazer do limão uma limonada.
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DONO DE TUDO - Trilogia: Guerra por Amor #1
RomanceUma Dalylova prometida a um Salvatore. Elena, filha de um dos homens mais poderosos da máfia italiana teve que se casar com o braço direito de seu pai, Rico Tuniê Salvatore. Um homem alheio a qualquer sentimento e sem intenções de um dia amar, se v...