Capítulo 19

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Há dois dias Rico viajou para Nova Iorque e desde então, Elena está sem notícias do marido, a não ser uma mensagem que ele mandara avisando sobre sua chegada a cidade. Ela não ligou, sabia que ele estava a resolver coisas e só desejava que ele voltasse logo.

Decidiu não ir para a casa da sua mãe, pois não sabia o dia ou hora em que Rico chegaria e queria estar em casa no momento. Apesar de o homem não lhe dar notícias, seu coração estava tranquilo. Já havia se acostumado com o fato dos sumiços e sabia que aquilo nunca mudaria.

Seus enjoos haviam diminuído e naquele momento Elena devorava um enorme prato com uma deliciosa macarronada feita por Susan, a empregada. Susan também estava sentada a mesa, a mulher quase a obrigou fazer-lhe companhia.

- Então seus pais são da Grécia? - perguntou curiosa para a mulher.

- Só papai, minha mãe é dos Estados Unidos mesmo, por isso vivem lá desde o casamento.

- E como veio parar aqui? Digo, você veio exclusivamente para trabalhar conosco... decidiu deixar sua família, sua história...

- Não tenho bem uma história, dona Elena. O dinheiro que estavam oferecendo era ótimo, não podia perder a oportunidade.

- Espero que esteja gostando daqui.

- E estou. Lugares frios me aconchegam... - sorriram, até que a campanhia tocou.

Susan pede licença, se levanta da mesa e vai abrir a porta, deixando Elena continuar seu jantar calmamente. Sabia que não era Rico a porta, pois ele jamais bateria na própria casa, então imaginou ser sua mãe ou sogra, já que gostavam de lhe visitar desde a gravidez para certificar-se de que tudo estava bem.

Ao direcionar o olhar para a sala, Elena encontra Amélia e outros dois soldados. Sua mãe tem um semblante preocupado e isso faz com que a mulher, imediatamente, vá para a sala de estar recepcioná-la.

- Não me avisou que vinha. Jante comigo, mamãe.

- O galpão sofreu um ataque. Era um emboscada. - foi mais que direta na fala.

Elena congelou. Seu corpo, suas mãos e seu coração congelaram imediatamente. Ela rapidamente foi amparada por Susan, que a colocou no sofá de couro, abanando-a com a almofada.

- Cadê Rico? Meu pai?

Amélia ficou quieta. Seus olhos estavam vermelhos de quem chorou durante toda uma tarde.

- Seu pai está vindo. Foi resgatado.

- Eu não perguntei só dele, mãe. Cadê o meu marido? MÃE! O MEU MARIDO! CADÊ ELE?

Já estava de pé novamente, segurando nos braços de sua mãe, suplicando por notícias que acalmassem o seu coração saltitante.

- Mãe, por favor, diz que ele está vindo pra cá... eu ainda estou o esperando. Eu e o nosso bebê. Olha, nós estamos esperando por ele, bem aqui.

Elena só conseguia chorar e sua fala saía totalmente embargada. Amélia olhou nos olhos da filha e disse:

- Desculpe.

Seu corpo foi automaticamente de encontro ao chão. Ninguém ousou tocá-la. Elena abraçou seu corpo como se procurasse conforto... passou as mãos na barriga e olhou pro alto, pedindo - suplicando - por ajuda. Ela e o seu bebê estavam sozinhos.

Os choros já eram gritos.

- NÃÃÃÃÃÃO! - Era a única coisa que conseguia falar.

- Filha, por favor...

- Eu preciso tanto dele. - sussurrou entre soluços.

Amélia não encontrava uma forma de ajudar sua filha, apenas sentou-se ao chão e abraçou forte a filha que tanto amava. Elena não tinha mais controle das lágrimas que escorriam quentes e grossas, deixando sua pele marcada pela saudade do marido. Precisava vê-lo novamente... vivo.

DONO DE TUDO - Trilogia: Guerra por Amor #1Onde histórias criam vida. Descubra agora