Profano

CAPÍTULO 11 - EVA

Uma hora depois, quando saio da cabine, sou recebida com um cheiro absolutamente espetacular. O meu estômago se lembrou da fome imediatamente. Aquele peixe seria devorado com gosto!

— Não sei se tenho forças para rezar antes de experimentar esse peixe e... — chego brincando, mas perco a fala e fico com os pensamentos desordenados.

Alessandro está ajeitando a badeja do peixe sobre a mesa, o ambiente está à luz de velas, que refletem o brilho nas bolas da árvore de Natal. A mesa está lindamente decorada em branco e vermelho, mas o que me arranca o fôlego é aquele homem.

Vestido como para um jantar formal, com calça e sapatos pretos, camisa branca e blazer creme, chama mais atenção do que a enorme lua cheia lá fora. Ainda bem que me comprou o vestido e a sandália ou eu não saberia onde enfiar a minha cara.

— Você está divina, Eva — Alessandro me traz de volta ao momento, porque eu estava totalmente avoada.

— O vestido ficou perfeito. Combinou com a sandália e o batom. Não sei como você acertou o tamanho. Estou até me achando um bocado bonitinha.

— Eva, você não precisa de artifícios, já é linda naturalmente.

— Mas uma roupa e uma maquiagem, ajuda.

— Sim, são coisas feitas especialmente para as mulheres. Use-as, só valoriza ainda mais o que Deus já criou especial. Mas... vamos orar?

— Claro.