"Não me tornei um cético. Transformei-me no pior que o ser humano pode ser: um descrente de si próprio."
Uma vida dedicada ao sacerdócio. Um encontro que mexerá com estruturas e pensamentos, até então, inflexíveis. Uma paixão que colocará a vocação...
A nossa últimaparada é em Santos, litoral de São Paulo. O céu está firme, os ventos continuam bons, e o mar, como sempre, uma calmaria.
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Acordar com Eva nos braços me faz refletir sobre muitas coisas.
Conheço os gostos dela, os prazeres particulares e os desejos mais ocultos. E tudo isso em tão poucos dias. Ela se revela para mim espontaneamente. Se desnuda diante dos meus olhos, sem qualquer pudor. Retira o escudo e me deixa vê-la, como uma mulher fragilizada e sensível.
Talvez isso seja amar. Observar e conhecer os detalhes mais preciosos de uma pessoa. Admirar as qualidades e respeitar os defeitos, porque não podemos moldar ou mudar o outro às nossas vontades e convicções. Gostar intimamente é oferecer afeto sem esperar nada em troca, nem mesmo o próprio amor.
E, mesmo livre, aqui no mar, ainda me sinto preso à minha escolha, à minha vocação. A maior prisão que podemos ter na vida é aquela quando a gente descobre que estamos sendo não aquilo que somos, mas o que o outro gostaria que fôssemos. E, talvez, seja tarde demais para mim.
Mas será mesmo que devo me preocupar com o que as pessoas acham de mim ou sobre o que Deus pensa a meu respeito?
Às vezes, sinto-me fugindo de mim mesmo.
A vida é ínfima, mas fica imensa nos espaços em que nos permitimos viver um amor... E eu, um mero observador, sem permissão para realmente viver, experimento nessa fração de tempo ao lado de Eva — a minha sereia de pele negra, a totalidade de um sentimento sem história prévia. Sem chance futura, com o fim já escrito.
Talvez seja essa a experiência que Deus quer que eu tenha na vida. Um amor. Porém, Ele ainda me quer para outros planos que desenhou. Mas, por que me sinto devastado?
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***
Chegamos à conclusão, Eva e eu, que o melhor é encontrar uma praia deserta em uma ilha. Todo o resto está movimentado por causa das festas de fim de ano. Pensando nisso, optamos por um local entre Santos e Guarujá, a ilha Sangava.
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