➷ Estupidez ➷

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12 de janeiro, segunda-feira

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12 de janeiro, segunda-feira

06:01AM

O vento entra suavemente pela janela do quarto, balançando as cortinas brancas e o sol da manhã já faz alguns raios invadirem o cômodo, trazendo um tom alaranjando para o piso de madeira. Pisco os olhos e umedeço os lábios com a língua voltando a encarar minha imagem no espelho, não sei se estou adequada, é tão difícil dizer. Mamãe sempre opinou nas roupas que eu deveria usar, agora nunca sei se a minha saia é curta demais ou longa demais... confuso.

A saia preta de pregas, bate um pouco acima do meio das minhas coxas, a blusa branca do uniforme está enfiada por dentro da saia, perfeitamente passada. Nery cuida das roupas e das refeições, ela deixa tudo com um cheirinho doce, de algo que não reconheço, mas é bom, diferente do que eu estava acostumada. O uniforme da escola tem vários tipos de tamanhos e modelos, mas todos contém camisas brancas e saias ou calças pretas, com gravatas. David me comprou todos os modelos, às vezes ele é excessivamente exagerado.

— Você está bonita.

Reviro os olhos, pelo susto, coloco a mão sobre o peito e viro-me para a porta onde encontro o belo homem de cabelos castanhos parado. Ele está elegante hoje, como sempre, mesmo que esteja trajando apenas a calça social, com a camisa branca e sem blazer. Seu distintivo está pendurado em seu pescoço, exposto para quem quiser ver.

As vezes isso me incomoda.

Todos no colégio já sabem que ele é policial e muitas garotas ficam babando por ele, claro que sua beleza ajuda, mas o que me incomoda é a sua profissão... se ele soubesse...

— Ainda está aí?

Suspiro e pisco os olhos, afirmo com um balançar de cabeça e volto a me encarar no espelho, enquanto ele se aproxima, parando atrás de mim; nossos olhos se cruzam no espalhe e sem motivo aparente, sorrimos. David leva as mãos até meus cabelos e os ajeita para trás, arrumando as mechas que estavam bagunçadas.

— Você é tão linda, sabia?

Minhas bochechas queimam levemente e ele ri outra vez, balançando a cabeça, então toca meu braço.

— Você... está brava comigo? Sei como sou exagerado às vezes.

Arqueio a sobrancelha para ele, que ri.

— Quase sempre. Vou tentar não mandar viaturas atrás de você, se, você me mandar uma mensagem quando for se atrasar.

Olho para cima por alguns segundos e torço os lábios, pensando, então acho que essa será minha única opção, balanço a cabeça e viro-me para apertar a mão de David, ele ri e balança minha mão. Segurar sua mão ou estar em contato com ele, ainda é tão estranho, e eu nunca sei o que sinto, mas sei que gosto do que sinto.

Solto a mão dele e caminho até minha cama, sentando-me para calçar meu converse branco, mas quando vou fazer isso, David ajoelha na minha frente e agarra meu pé. Mordo o lábio rindo e o encaro calçar meu tênis, no fim, ele dá uma piscadinha e se levanta estendendo sua mão.

A Cura Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora