➷ Doloroso ➷

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25 de janeiro, domingo

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25 de janeiro, domingo

01:14PM

Estou afundando lentamente, meus olhos focam na pequena luz que brilha no topo de onde estou, mas estou caindo sem poder alcança-las. O som é abafado. Tudo a minha volta é frio como um cubo de gelado e eu continuo afundando e afundando até meu corpo tocar o chão, frio, gelado e solitário.

— Anastásia, acorde!

Meu corpo arqueia para frente, a luz cai sobre mim como um copo de água gelada e eu levo alguns segundos para entender que ainda estou na banheira, mas não sozinha. David está ao meu lado, segurando-me, falando coisas que não consigo ouvir, apenas presto atenção nos seus lábios se mexendo enquanto ele chacoalha meus ombros.

Sua roupa amarrotada ainda é a de ontem, seus cabelos estão bagunçados e seu olhar tomado por desespero.

Estou confusa.

— Ana, preste atenção em mim, filha. Em mim — pede nervosamente, apertando suas mãos em meus ombros.

Pisco, buscando a luz.

Aperto meus olhos e abro segundos depois encarando a luz do dia invadir todo o banheiro pela janela e porta do quarto. Então paro o olhar na figura assustada do meu pai, enquanto continua a falar comigo buscando respostas.

— O que aconteceu?

— Meu Deus — grita, apertando-me em um abraço sufocado. — Nunca mais faça isso, nunca mais!

— Papai, o que aconteceu?

Ele se afasta e segura meus ombros me encarando como se não houvesse entendido minha perguntar e, ao forçar minha memória lembro-me bem da noite que tivemos ontem. As lágrimas alcançam meus olhos rapidamente quando me lembro da última conversa que tive com Carrick e a forma como ele me tratou. Lembro-me também de ficar aqui na banheira, sozinha em meio a uma crise e agora já é manhã.

— Me desculpe por tudo aquilo — meu pai sussurra encarando suas mãos, como um garoto envergonhado.

— Pai, não, não faça isso. Não se culpe.

— Eu estraguei tudo, Ana e agora...

— Papai, eu te amo — sussurro deixando as lágrimas caírem.

Sento-me rapidamente sobre meus joelhos e envolvo meus braços ao seu redor, lhe apertando enquanto ele me envolve com cuidado.

— Nunca me deixe. Nunca.

— Querida, eu jamais faria isso. Eu amo você e, você e seus irmãos são as melhores coisas que aconteceram na minha vida. Me desculpe por não perceber isso antes.

— Você é o melhor pai do mundo. Nunca vá embora, por favor.

— Eu nunca irei, querida. Prometo.

A Cura Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora