Anastásia nunca soube muito sobre o seu passado com seu pai biológico, tudo o que ela sabia era que ele nunca a quis, por isso mandou ela embora com a sua mãe. Mas a sua vida não foi ruim, ela cresceu com uma mãe amorosa e um padrasto ainda mais amo...
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24 de janeiro, sábado
09:14PM
Fecho meus olhos e recosto minha cabeça contra o peito do meu pai enquanto dançamos juntos ao som de Too Good At Goodbyes. Não há som de outras pessoas falando, apenas a voz da banda que está no palco cantando docemente, e se não me engano, todos estão dançando, mas custo a abrir os olhos para checar, quero apenas ficar aqui.
Quando eu era pequena lembro-me de imaginar como seria dançar com meu pai. Mamãe costumava dar algumas festas para seus sócios ou coisas semelhantes, e eu lembro-me sempre de ver alguns deles com suas filhas e eu ficava imaginando como seria.
Agora eu sei.
A música acaba e eu abro meus olhos, afasto-me para poder olhar meu pai e ele sorri docemente.
— Será que posso roubar sua filha?
Giramos a cabeça ao mesmo tempo ao escutar a voz de Christian, encaro meu pai rapidamente e nego balanço a cabeça de forma frenética, ele ri e estende minha mão para Christian. Semicerro os olhos e ele sorri afastando e sumindo no meio da multidão de pessoas.
Encaro Christian e pisco algumas vezes, outra música começa a tocar e eu aceito sua mão, constrangida e ruborizando. Ele me puxa para frente, sua mão atrás das minhas costas, e o gesto gruda meu corpo no seu deixando-me sem folego por alguns segundos.
Acho que já faz algum tempo que não nos falamos, ou ficamos assim... desde o dia em que ele invadiu meu quarto.
Não entendo porque costumamos brigar, acho que agora estou sentindo um pouco de falta dos momentos mais calmos que tivemos.
— O que está pensando?
Fecho os olhos e deito a cabeça em seu ombro optando pelo silêncio enquanto ele me move pela pista de dança.
— Também gosto de ficar assim — ele diz, e acho que estava pensando o mesmo que eu. — Por que nós brigamos tanto?
