Anastásia nunca soube muito sobre o seu passado com seu pai biológico, tudo o que ela sabia era que ele nunca a quis, por isso mandou ela embora com a sua mãe. Mas a sua vida não foi ruim, ela cresceu com uma mãe amorosa e um padrasto ainda mais amo...
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09 de fevereiro, segunda-feira
01:01AM
Olho para trás por alguns minutos e fico encarando meus irmãos dormindo de forma bem profunda. Acabamos de pegá-los na casa dos meus avós e pelo que soube, eles cansaram muito vovô correndo feito dois bagunceiros por todo o pomar, mas agora estão apagados o suficiente para acordar só amanhã. E olhando assim, eles até parecem dois anjinhos comportados.
— Querida, se ajeite no banco — papai pede e eu suspiro.
Ajeito-me e volto a colocar o cinto enquanto ele dirige pela noite escura de Seattle.
Recosto a cabeça no vidro da janela e fico fazendo pequenos círculos com os dedos, tentando conter o vazio estranho aqui dentro, vazio que surgiu graças a Christian.
— O que foi, princesinha?
— Só estou cansada — murmuro encolhendo no banco.
— É mesmo? Isso não tem nada a ver com Christian?
— Claro que não.
— Sério? Eu achei interessante como ele correu para abraçar você na hora que...
— Papai nós transamos!
Papai freia o carro bem em cima de um sinal vermelho e me encara em choque.
— O que?
— Depois que ele pediu para dançar comigo, e você deixou. Eu estava confusa, e eu me afastei dele, acabei beijando Elliot e então minutos depois eu estava no quarto de Christian transando com ele. E então você fez tudo aquilo e ele foi embora com Grace e Mia e eu... eu não consigo fazer isso.
Ele me encara, por quase um minuto e só volta a andar quando um carro buzina atrás, indicando que o sinal se abriu. Permaneço em silêncio sem acreditar que realmente contei isso a ele, e agora, o silencio em que ele está, faz com que eu me arrependa amargamente. Mas meu pai é a pessoa que eu mais confio no mundo, não gosto de esconder as coisas dele.
— Isso é minha culpa... se eu não tivesse feito aquilo, você provavelmente estaria com Christian.
— Ele ficava com outra garota.
— E você transou com ele?
O horror na voz do meu pai é claro, assim como sua irritação e eu sei que ele está se controlando para não voltar lá e ter uma conversa séria com Christian.
— Sim — sussurro suspirando.
— Mas eu pensei que ele gostava de você.
— E ele gosta. Ele disse que me ama.
— O que? E o que você disse?
— Você não vai querer saber o que aconteceu depois disso.
— Por Deus — papai geme frustrado e aperta suas mãos no volante. — Há algo mais que queria me contar?
