➷ Desconhecido ➷

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Tamborilo meus dedos sobre a mesa, com o queixo apoiado nas mãos, observando atentamente o homem a minha frente falar; seus cabelos castanhos escuros balançam conforme ele gesticula ou se mexe

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Tamborilo meus dedos sobre a mesa, com o queixo apoiado nas mãos, observando atentamente o homem a minha frente falar; seus cabelos castanhos escuros balançam conforme ele gesticula ou se mexe. Seu olhar azul está estreito e firme, tomado por uma decisão e eu estou em total silêncio.

— Você entendeu, Anastásia?

Balanço a cabeça e ele suspira, passando as mãos pelos cabelos, então encara a mulher ao meu lado. Seus olhos castanhos me causam estranheza, olhando-me com algum tipo de tristeza; ela mexe em seus cabelos curtos e loiros e suspira. Viro o rosto para o lado e volto a encarar o homem... meu tio? Não, eu não tenho mais tio!

Droga, Anastásia!

Preste atenção, atenção!

— Anastásia?

Levanto a cabeça rapidamente e encaro o homem, ele suspira e parece irritado comigo.

— Você sabe que isso é sério, não sabe?

Balanço a cabeça para ele, afirmando; sei da gravidade de tudo isso, sei de tudo que aconteceu e pode acontecer e eu não quero que nada de ruim aconteça.

— Anastásia, preste atenção!

O tom grave, irritado, me faz recuar, encolho meus ombros e tento conter as lágrimas enquanto o observo, ele respira fundo evidentemente arrependido e se curva contra o balcão. Suas mãos alcançam as minhas e ele me encara, preocupado.

— Você precisa falar conosco, querida, qualquer coisa.

Balanço a cabeça, negando.

Não consigo!

As palavras me faltam, o ar me toma, o medo vem e sempre que tento falar, me pego gritando, chorando... não consigo!

— Está tudo bem — a mulher murmura, colocando o braço em meus ombros. — Querida, está tudo bem.

— Olha só, não precisa chorar. Vamos só repassar tudo uma última vez.

Balanço a cabeça e encolho os ombros, com as pontas dos dedos, enxugo as lágrimas que saíram sem que eu notasse. Os dois me encaram, atentamente e eu sei que existe bem mais que eles queriam me falar, mas não vão.

— Você vai ir morar com seu pai, e vai ficar lá, você e seus irmãos. Vocês vão entrar em uma nova escola e tudo o que você tem que fazer é ser uma garota comum, entendeu? Não precisa falar nada sobre o que aconteceu, com ninguém.

Confirmo com a cabeça, suspirando, então giro no banco e observo meus irmãos dormindo de qualquer jeito sobre o sofá velho. Eles são apenas crianças, cinco anos apenas, e estão tendo que passar por isso, não queria que fosse assim, mas agora é... por minha causa. Eu não tive coragem de contar o que descobri, a ninguém e agora não temos mais a nossa mãe ao nosso lado e vamos ter que ir morar com meu pai. Não sei muito sobre ele, apenas que ele não queria uma filha e quando eu nasci mandou mamãe e eu embora.

A Cura Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora