➷ Especial ➷

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20 de janeiro, terça-feira

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20 de janeiro, terça-feira

05:14PM

Meu corpo não parou de tremer, um segundo sequer, e eu ainda não pude soltá-la, nos minutos em que estivemos abraçadas tudo o que eu quis fazer foi apertá-la e segurá-la, para ter certeza que é real, que ela está aqui. Afasto-me, após a nossa pequena eternidade de minutos contados, encaro o rosto fino e branco da garota a minha frente, seus olhos verdes cinzentos estão brilhando por todas as lágrimas, seus lábios rosados estão inchados, mas ela está sorrindo... a mesma Mia de sempre.

— Você está aqui, comigo — sussurro, segurando seu rosto entre as minhas mãos.

— Eu não posso acreditar, Annie, você... você está aqui, com seu pai...

Mia franze o cenho e então nós arregalamos os olhos, provavelmente pensando na mesma coisa, viramos vagarosamente e observamos as três pessoas que nos olham sem entender o que está aconteceu, mas não quero falar com eles! Ainda estou tão irritada, irritada e feliz... Mia está aqui, mas meu pai ainda é apaixonado por Grace eles... não consigo pensar!

— Vocês se conhecem — murmura Grace, um pouco surpresa. — Isso sim é inesperado.

— Nós somos melhores amigas.

— Sempre e sempre, e sempre, e sempre — digo rindo e ela revira os olhos.

— Como?

— Nós éramos vizinhas, nós conhecemos desde que nascemos — Mia diz, sem conter a alegria. — Não posso acreditar que meus novos pais me trouxeram para perto da minha amiga.

Mia me encara e eu sorrio, sem conseguir conter toda a alegria infantil que estou sentindo, um gritinho escapa e todos olham sem entender, mas Mia entende. Ela me abraça, me aperta, seus braços segurando-me firmemente e eu entendo que ela está aqui... meu espaço seguro, quando ela se afasta, as lágrimas estão tomando nossos rostos e como para mim, para ela também não são lágrimas de alegria.

— Você foi embora — acuso, ainda ressentida.

— Você também foi, eu... quando... eles.... eu quis ficar, mas a polícia chegou e... Ana!

Ela congela, sua mão escapa da minha e ela dá um passo para trás, eu apenas pisco, sei o que ela pensou, seu olhar diz tudo. Erick matou seus pais. É tudo o que o olhar dela diz, enquanto ela me encara, seus olhos tomados pelas lágrimas não derramadas, uma nuvem escura e tortuosa toma seu rosto, quebrando tudo dentro de mim.

— Meninas, o que foi? Por que vocês estão com essas caras?

Mia dá um passo para trás, recuando, assustada e com tantas palavras não ditas presas em seu olhar, que me acusa... isso não é minha culpa, quero dizer, mas fico em silêncio porque me sinto culpada. Erick era o meu pai, e ele matou os pais de Mia.

A Cura Para o PassadoOnde histórias criam vida. Descubra agora