Anastásia nunca soube muito sobre o seu passado com seu pai biológico, tudo o que ela sabia era que ele nunca a quis, por isso mandou ela embora com a sua mãe. Mas a sua vida não foi ruim, ela cresceu com uma mãe amorosa e um padrasto ainda mais amo...
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19 de janeiro, segunda-feira
10:27AM
Meu vestido branco parece se transformar em uma nuvem, tomada pelo vento, enquanto desço os degraus da escada rapidamente, mas paro no meio e abaixo-me, sentando em um dos degraus. Aperto meus lábios em uma linha fina e encaro o corredor que fica à direita, ao lado da escada... David e meus avós estão lá, há cerca de uma hora. Eles estão conversando e eu me sinto culpada por isso, por algum motivo idiota, achei que poderia resolver as coisas entre eles, mas pela reação de David, tenho certeza que estraguei tudo.
— Oi.
Levanto a cabeça e suspiro ao notar a figura de Katherine, ela está parada na ponta da escada, com os braços e o queixo apoiados no corrimão de madeira. Encolho os ombros e dou uma leve arqueada na sobrancelha, enquanto a encaro, Kate ainda está de uniforme e seus cabelos longos e loiros estão presos em um rabo de cavalo com cachos perfeitos.
— Você deu um susto na gente hoje — murmura sem jeito e eu vejo as lágrimas tomarem seus olhos. — Eu pensei que fosse perder você.
Acabo rindo, por pura incredulidade, balanço a cabeça e jogo meu corpo um pouco para trás, usando as mãos com apoio aos lados do meu corpo. O que ela quer dizer sobre me perder? Ela foi embora, agiu como uma garota estúpida e mimada enquanto eu tentava ajudar; minha mãe sempre me ensinou a ajudar as pessoas, não importa a situação, e com a família Steele eu aprendi que você não deve nem pensar em se meter, apenas deixar eles se fuderem!
— Ana — ela sussurra sem jeito, ganhando minha atenção. — Olha, eu realmente, sinto muito porque sei que fui uma idiota com você... eu só estava confusa, entende? Eu fui tão burra de acreditar que ele me amava, nós estávamos juntos há mais de um ano, e eu nunca tive ninguém assim... e eu quis alguém para culpar... e eu fui a culpada. Será que você pode me perdoar?
Apenas balanço a cabeça, levemente, sem demonstrar nada. Eu perdoo Kate, mas nesse momento e talvez por tempo indeterminado, eu não queira a sua companhia; ela esteve muito bem nos últimos dias me colocando para fora da vida dela.
— Posso ficar com você, Ana?
Outro riso escapa e eu nego lentamente, balançando a cabeça, agora ela parece surpresa, mas por quê?
Eu, sinceramente, não entendo o que essa família quer de mim!
— Quer que eu te deixe sozinha?
— Sim, Kate, eu quero que você me deixe sozinha, como você estava deixando — falo, num tom tão frio que não sei o que a impressiona mais.
Ela fica parada, por segundos e eu não faço nada, não vou lá consolá-la mesmo sabendo que é isso o que talvez eu devesse fazer, porque nós somos primas, e família sempre se ajuda, mas ela não estava aqui! Ela me deixou, e eu não vou cair nesse joguinho estúpido do "sinto muito"!
